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Feras comemoram título e aprovam edição 2001

Redação Webventure/ Offroad

Spinelli (dir) e Barricatti comemoram a chegada a Fortaleza (foto: Fábia Renata / Webventure)
Spinelli (dir) e Barricatti comemoram a chegada a Fortaleza (foto: Fábia Renata / Webventure)

Campeões ou não, os principais pilotos do off-road brasileiro comemoram a edição 2001 do Rally dos Sertões. Perfeição na planilha e menor quilometragem por dia são apontadas por eles como as principais melhorias em relação aos outros anos.

Em entrevistas exclusivas ao Webventure na chegada a Fortaleza, essas feras e o estreante JR Duran também analisam seus desempenhos e a emoção bate, como no caso de Zebra, dono do título da TT1: “Disse ao meu filho que iria trazer finalmente a taça de campeão”. Ou para Carlo Collet, que foi o primeiro a terminar o Rally num quadriciclo. Acompanhe os depoimentos (que continuam nos links abaixo).

Título para aos filhos
“Estou realizado. Esta é a minha sexta participação nos Sertões, que é uma prova que eu amo, e o título, por isso, é muito especial. Dedico aos meus filhos, o Marcelinho e a Renatinha. Meu filho olhava pra minha prateleira e falava: ‘Pai, aqui só tem troféu de sexto, terceiro colocado do Sertões, tá faltando o de campeão!’ E eu prometi a ele que iria trazer a taça. Muita gente falou que a Subaru não chegaria até o final e aí está a prova.

A TT1 começou muito disputada desde Franca, teve dois carros com apoio forte da Troller e uma Suzuki também. Nosso plano era acelerar bastante no começo e depois administrar. Conseguimos esta vantagem que eu acho que é recorde no Rally, que chegou a mais de 23 horas.

Quanto ao meu navegador, o Stephen Neale, é a terceira vez que fazemos o Sertões juntos e antes disso ele já tinha feito a prova outras quatro vezes, ou seja, é muito experiente. Temos uma sincronia muito grande, ele é um ótimo navegador.”

de Marcelo Ackel, o Zebra, campeão da TT1.

“Foi uma experiência muito boa. Adorei. Na segunda-feira que vem eu vou está lá na Dunas fazendo a inscriçào pro Rally de 2002. O ano q vem vai ser muito melhor.

Tambem tive uma chance única de conhecer o Brasil, que até então para mim era São Paulo, Rio, Salvador. Pude cruzar este nosso país quase de palmo a palmo, passar por todos os buracos do caminho. Eu gosto disso, gosto muito de aventuras. Aliás, encarei o Rally como uma aventura não como pilotagem. E foi uma aventura genial.”

JR Duran, fotógrafo profissional que estreou como piloto em rali pela Mitsubishi.

“É emocionante ser o primeiro a terminar o Sertões num quadriciclo. Nunca imaginei na minha vida sair de São Paulo de quadriciclo e vir até Fortaleza. No Jalapão, foi difícil, ali é um deserto que você pensa ‘se ficar aqui vou morrer’. Tive um problema e precisei andar 150 km com o pneu furado lá.

Acho que ninguém acreditava quem um quadriciclo conseguisse completar a prova, diziam que a pessoa não agüenta. Mas não cansa nada mais do que ir de moto. Falta acreditar, o veículo é pouco divulgado aqui no Brasil mas lá fora, em ralis como o de Portugal, tem 100 quadriciclos competindo.

Para o Sertões não foi feita nenhuma grande alteração no Raptor (modelo do quadriciclo de Collet). Apenas um tanque maior de gasolina e pneus mais resistentes. O resto é original.”

de Carlo Collet, único a competir com quadriciclo no Sertões 2001.

“Somos tricampeões da TT3. Este ano foi o mais difícil, afinal tinha carros de fábrica na categoria. Foi grande o desgaste físico e os carros arrebentaram a partir do Japalão, estavam deploráveis.

Eu sabia disso e então adotei uma estratégia diferente de todo mundo, fiz o contrário porque eu não gosto de fazer o que todo mundo faz. Neste ano, em oposição aos anteriores, todos estavam segurando no começo. Eu fiz diferente, meio contra a aprovação do meu navegador (Wolfgang Wondrak). Eu disse: ‘deixa comigo que eu sei o que eu faço’. Deu certo.

Antes que eu me esqueça quero dizer que essa gente nova que veio ao Rally neste ano está de parabéns, é pessoal que sabe andar, não faz besteiras, gosto de ver este esporte crescer.

Em 2002, voi fazer um outro Ford/Hilux. Este aqui vai ficar como um ‘estepe’ para a Copa Baja, por exemplo. O novo será um Sedan duas portas, igual àquele onde morreram Boniie & Clyde (famoso casal de bandidos dos EUA). Já tirei a casca em fibra, preciso achar a mecânica. E vou incentivar a protótipo, que ainda é um pouco menosprezado aqui. Fora do Brasil, é a categoria mais rápida. Mas aqui não tem tantos correndo, neste Sertões largaram sete e acabaram três.”

de Valério Valente, piloto campeão da TT3.

“Conseguimos a esperada regularidade, só tivemos problemas no Jalapão, que nos afastaram um pouco da briga pelo título. Acho que o Édio merece muito este título, é um piloto que eu admiro muito, quando eu comecei em rali ele já era um grande campeão.

Achei este Rally muito mais bem planejado, com certeza o fato de chegarmos mais cedo à cidade ajudou porque você come melhor, descansa mais.

Quero agradecer à minha familia e minha namorada pelos telefonemas e mensagens porque eles me deram força dia a dia; quando eu estava mais desgastado, me levantaram e isso foi muito importante. Deixo um agradecimento especial ao meu tio, que foi navegador, o José Spinelli. Eu comecei a conhecer rali por causa dele, quando criança ia à largada das provas para vê-lo e, neste Sertões, ele foi me dando dicas, todo dia ligava com uma estratégia para me ajudar.”

“Neste ano não deu para chegar ao título e nem era o objetivo. A idéia era desenvolver o carro, a Lancer Evolution, recém-criada. Ela já nasceu vencedora. Ainda é cedo para dizer se a equipe Mitsubishi vai correr com esse carro no ano que vem, mas, provavelmente, sim. Infelizmente errei na saída do Jalapão, bati numa pedra e tomamos 11h de penalização, o que tirou nossa chance de brigar por uma posição de destaque neste ano.

Acho que neste ano o Rally foi bom pra todo mundo. Melhorou a planilha, da qual todos reclamavam. O Du Sachs, responsável pelo levantamento do percurso desta vez, conseguiu isso. Infelizmente a organização errou em algumas coisas…faz parte.

Ah, quanto ao meu cabelo novo (tingido de loiro), foi uma brincadeira entre eu e o Giba (Gilberto Barricatti, navegador de Guilherme Spinelli). Era para fazer isso antes do Rally, só que não deu tempo. Em Franca (local da largada), chegamos cedo, fomos a um shopping e pintamos. Foi só uma brincadeira, nada de aposta.

Aproveito para agradecer pelas mensagens, ficamos contentes por terem lembrado da gente. A iniciativa de entregar os recados é excelente, tomara que no ano que vem tenha de novo isso.”

de Ulysses Bertholdo, piloto da Mitsubishi.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: julho 20, 2001

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