Paulo de Tarso, um dos cinco brasileiros que pedalaram 300 km de Portugal a Santiago de Compostela, na Espanha, narra direto da Europa a última etapa da viagem, encerrada ontem.
Santiago de Compostela (ESP) – Ontem, dia 14, com toda empolgação da chegada nem deu tempo de procurar um local com internet… Agora posso relatar como foi nossa última etapa com 45 km entre Caldas de Rei (ESP) à Santiago.
Essa etapa talvez tenha sido a mais bonita. Caldas de Reis é uma cidade de águas termais; no dia anterior, Mauricio foi molhar seus pés para relaxar na água quente da Fonte das Burgas, enquanto Márcio e Olavo encontraram uma massagista para relaxar as pernas.
Percurso inesquecível – Antes de sair, enchemos nossas caramanholas em uma das fontes espalhadas pela cidade. Carimbamos os passaportes e seguimos as setas amarelas, deixando a cidade após atravessar a ponte medieval de Bermaña, um dos locais mais interessantes dessa cidade.
Em pouco menos de 2 km já estávamos num percurso inesquecível, com muita trilha, estradinhas estreitas que mais pareciam um labirinto, tudo isso em meio a muito verde dos bosques do caminho. Lindo, lindo, lindo! Em alguns momentos, pedalávamos ao longo do rio Valga.
Depois de muita subida, finalmente descemos até Pontecesures, passando pelo rio Ulla. Diz a lenda que foi por esse rio, um braço do rio de Arosa, que subiu o barco com o corpo do Apóstolo São Tiago, para aportar em Padrón.
Em Padrón, paramos para almoçar. Estávamos a 23 km de nosso final. Por estradoes e alguns atalhos por trilhas no meio da mata chegamos ao povoado de Angueira de Suso. Um pouco antes, problemas com a bicicleta de Olavo: corrente quebreda.
Contagem regressiva – Continuamos a seguir as setas amarelas. A ansiedade aumentava conforme as indicações nos mostravam a proximidade de Santiago; uma contagem regressiva com os quilômetros e as subidas que não paravam de vir.
A 4 km do final, Olavo teve a corrente novamente quebrada. Arrumamos rapidinho e seguimos por uma trilha bélissima de onde foi possível avistar a imponente Catedral de Santiago. Chegamos! Tiramos muitas fotos (aguardem!) e pegamos nossa compostelana, que é o documento que prova nossa peregrinação.
Foram 300 km de pedal, desde a cidade do Porto, em Portugal.
Este texto foi escrito por: Paulo de Tarso
Last modified: junho 15, 2002