Festival de filmes reuniu escaladores e curiosos na praça da Urca (foto: Pedro Sibahi)
A noite de sábado (28) teve a primeira sessão do festival Cine Montanha na Praça, com cinco filmes sobre escalada que lotaram as cadeiras montadas na Urca. Três produções mostraram histórias de brasileiros, com destaque para a repetição da ascensão original do Dedo de Deus, mais uma animação bem humorada sobre escalada no Rio de Janeiro. Para finalizar, o filme Vertical Frontier, sobre a história de Yosemite.
Nas paredes da cidade, Jim Donini e Colin Haley, que apresentaram palestras na 1ª Semana Brasileira de Montanhismo, subiram juntos o Pão de Açúcar para começar o dia.
Mais abaixo, na mesma praça do cinema, pouco mais de uma centena de escaladores amadores e profissionais competiram amistosamente no festival de boulder.
Neste domingo (29) o festival continua, e depois rolam as finais do Campeonato Brasileiro de Escalada.
Debates. Nas mesas de discussão, o clima esquentou no espaço dedicado a tratar de montanhismo e turismo. Entre falas de representantes da Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura (Abeta) e da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada, as divergências de longa data foram colocadas na mesa, sem muitos avanços.
Ainda assim, a Abeta apresentou uma carta onde reconhece que a regulamentação de turismo não deve interferir nas atividades de aventura, e se colocou contra a obrigatoriedade de guias em parques nacionais.
No debate sobre gestão da visitação de montanhas, o assunto mais comentado foi a responsabilidade dos montanhistas sobre a própria vida. Rodrigo Mascarenhas, procurador geral do Estado do Rio de Janeiro, apontou que a legislação brasileira abre muitas brechas para que os gestores de parques sejam responsabilizados por acidentes, o que causa entraves para o montanhismo.
Buscando aprofundar essa questão, André Ilha, diretor no Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, prometeu que deve realizar um seminário sobre o direito ao risco no segundo semestre de 2012.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, direto do Rio de Janeiro