Em 2000 a Master continuou no topo (foto: Débora de Cássia)
O rafting competitivo viveu um ano de pouco movimento no Brasil, em 2000. A conta inclui equipes desfeitas, modificadas, mas também em maior número. E finalmente um planejamento visando o próximo ano e, mais importante, a preocupação com a tão falada normatização das empresas e regulamentação dos instrutores, visando garantir mais segurança a quem gosta do esporte.
O ano começou em maio, com a segunda edição do Paulista. Depois de muita indefinição sobre a realização do campeonato em Brotas, a opção foi uma competição em formato ‘caseiro’, sem grandes estruturas. O rio Jacaré-Pepira também não colaborou: por causa da estiagem, o nível de água era tão baixo que, em certos pontos, algumas equipes preferiam carregar os botes. A vitória no masculino foi da Canoar Master, que até agora está invicta no cenário nacional.
No feminino, a Canoar Aquática venceu de novo e, dias após a competição, foi anunciado o fim da Canoar Irazul, equipe pioneira no rafting para mulheres. “O rafting é um esporte onde o conjunto é muito importante. É impossível treinar satisfatoriamente se faltar uma garota. Isso dificulta porque todas nós acabamos tendo os nossos problemas, com trabalho, filhos”, explicou a capitã Roberta Borsari. A tricampeã ganhou um site no projeto Personalidades Webventure, onde fala de rafting e de outra paixão, a canoagem.
Gangorra – Problemas com treinos também têm sido enfrentados pela Canoar Aquática, revelação do rafting feminino, que levou o título no Brasileiro, em junho, e a vaga para o Pan-americano. A disputa nacional aconteceu em Piraju, no rio Sorocaba, também com baixo volume de água devido à falta de chuva, e teve cobertura on line da Webventure. A Master tornou-se tetracampeã e depois disso passou por uma remodelação. Mas o novo elenco só vai estrear no Pan, que deveria acontecer ainda este ano no Brasil, e acabou transferido para fevereiro de 2001. Outra vaga ficou para a Ativa/Hering, de Santa Catarina.
As novidades apareceram nos outros degraus dos pódios desta temporada. Entre as equipes que deram trabalho às mais experientes, destaque para a Canoar Caskuda, terceira no Brasileiro, a Aventur, do Rio, e a revelação Mata’dentro Fogo na Bomba. No feminino, as Aventur’eiras e a Mata’dentro Uaiara.
Durante o Brasileiro também aconteceu a I Copa Brasil de resgate, em que os atletas deviam mostrar suas habilidades no salvamento. Na ‘vida real’, esta preocupação também resultou em primeiros passos. Em Brotas, ‘capital’ da modalidade no Brasil, a Secretaria de Turismo está tentando criar um projeto para padronizar as atividades das operadoras. A Federação Paulista lançou as sementes da sonhada normatização das empresas e da regulamentação de instrutores, para testar as habilidades daqueles que são responsáveis pelos clientes durante a descida.
Anote – A idéia é que os dois projetos se concretizem em 2001. Outra decisão para o ano que vem foi dividir o Paulista em duas etapas. As datas foram fechadas na sala de bate-papo da Webventure, reunindo empresários, atletas e a federação. O campeonato vai acontecer em março, em São Luís do Paraitinga, e em agosto, em Juquitiba.
Mas, 2001 será um ano internacional: o Brasil deve ser a sede de duas competições deste nível. A primeira é o Pan, em Blumenau (SC). Depois, em setembro, está previsto o Mundial, em conjunto com os Jogos Mundiais da Natureza, no Paraná. Para garantir a satisfação de todos nesses eventos, foi criado um comitê de rafting na Confederação Brasileira de Canoagem, com representantes de vários estados.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: dezembro 30, 2000