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Fique por dentro de detalhes da ultramaratona Brasil Ride, que começa no próximo domingo (23), na Chapada Diamantina


A primeira edição da prova em 2010 (foto: Divulgação)

Um antigo polo de mineração no coração da Chapada Diamantina (BA) que ainda preserva em suas cidades ruas de pedra e casarões coloniais vai atrair os olhares da comunidade ciclística entre os dias 23 e 29 de outubro, quando rola a Brasil Ride, a mais longa e dura competição de mountain bike do país.

Durante este período, 300 atletas irão pedalar pouco mais de 600 quilômetros, divididos em sete dias de prova. O evento terá duas cidades-base: Mucugê, um dos municípios mais antigos da região, que já foi um importante centro de exploração de ouro e diamante, e Rio de Contas.

A prova, idealizada pelo ciclista português radicado no Brasil Mario Roma, está em sua segunda edição. Entretanto, a organização é digna de um evento com anos de tradição. Haverá, por exemplo, lavadoras de alta pressão e estacionamento próprios para as supermagrelas nas áreas de apoio, durante os sete dias de prova, enquanto barracas e colchões personalizados servirão de leito paras os judiados atletas.

Já a alimentação consumida pelos competidores, também a cargo da organização, foi elaborada por nutricionistas, que se preocuparam em garantir energia suficiente com as refeições balanceadas, servidas no início e no final dos dias.

Estão confirmadas aproximadamente 150 equipes, formada por dois ciclistas cada, que não podem se distanciar mais de 2 minutos um do outro durante cada perna. Essas duplas são divididas em quatro categorias: feminino, mista, open e master, sendo que nesta última, os dois têm de ter mais de 40 anos.

Clique aqui para ler o que já foi publicado sobre a Brasil Ride 2011.

Etapa por etapa. O percurso total terá 602,9 quilômetros, divididos em sete etapas de distâncias bem variadas, que somam 11.359 metros de subidas. Cada fase começa no raiar do dia: toda manhã uma sirene irá tocar entre 4 e 6 horas, para acordar os competidores com pique total.

O pórtico de largada abrirá 45 minutos antes de cada etapa, fechando 10 minutos antes da saída. Os atletas que chegarem depois desse período vão precisar de autorização para entrarem atrasados, sendo que o portão reabre por mais 15 minutos após o início de cada perna. Quem deixar de correr em alguma das etapas ganha uma faixa vermelha, que indica a impossibilidade de ser vencedor geral do campeonato, mas permite participar de outros trechos. Para aqueles que ficarem sem dupla por motivos como ferimento ou doença, é permitido formar novas equipes, mas estas terão de se basear na formação do ciclista mais lento.

Segundo os sites de previsão do clima, haverá pancadas de chuva em boa parte dos dias de prova, mas a temperatura não deve ficar abaixo dos 17 graus. Para Roma, se chover, a prova fica até mais fácil. “Chuva faz parte de qualquer evento. Para o atleta, afeta um pouco o psicológico, desanima, mas é melhor que sol. O calor por lá é muito forte”, lembra.

A seguir, detalhes de cada dia:

>> Primeira etapa (dia 23/10, domingo): chamada de prólogo, será a mais leve da semana. Ela tem início e término em Mucugê, no dia 23, e distância de apenas 12,4 quilômetros, para a familiarização dos competidores com a região. Apesar de ter pouquíssima variação de altitude, o terreno irá incluir areia, cascalho, rochas e travessia de um rio.

>> Segunda etapa (24, segunda): para compensar o sossego do dia anterior, esse é tido como o mais puxado dos setes: serão 145 quilômetros, de Mucugê a Rio de Contas, no trecho com mais elevações e depressões. O começo pode enganar, com vias planas e asfaltadas, mas logo o terreno se tornará cheio de cascalho, com duas grandes subidas. No meio dessa etapa, começam os singletracks, depois a pista passa para uma parte de mata fechada e termina em mais ladeiras de cascalho.

>> Terceira etapa (25, terça): será uma das grandes novidades, que Mario Roma pretende tornar referência internacional no cross-country. Este trecho será um circuito com cinco voltas de 7 quilômetros cada (total de 35 quilômetros), sem penalidade para distanciamento entre os membros da equipe (será tirado o tempo médio entre os dois participantes). O trajeto será um misto de singletrack e áreas urbanas.

>> Quarta etapa (26, quarta): será outra novidade, pois o percurso é inédito na competição. Com 81,5 quilômetros, o circuito começa e termina em Rio de Contas. Dois destaques serão a vista do Pico do Barbado, localizado a mais de 2.000 metros de altitude, e a passagem por uma fazenda de flores, que recobrem parte da região.

>> Quinta etapa (27, quinta): neste dia os competidores provam a maior variação de altitude durante os 93 quilômetros pedalados, o que deve exigir maior habilidade técnica e física. Eles irão passar por um trecho a quase 1.400 metros de altitude, descendo aos 500 metros em menos de 20 quilômetros. Neste circuito, o município de Rio de Contas também será ponto de saída e chegada.

>> Sexta etapa (28, sexta): Mucugê será o destino no penúltimo dia de Brasil Ride. O percurso terá 128 quilômetros e deve passar pela área mais seca de toda a competição, na região de Jussiape, onde o clima semiárido eleva a temperatura média a 35 graus. Com uma longa subida a partir da metade to percurso, essa etapa termina com alguns quilômetros de vias asfaltadas.

>> Sétima etapa (29, sábado): fechando a competição, acontece a última etapa, com 107,8 quilômetros de distância. Neste trecho há pouca variação de altitude, o que deve elevar a velocidade média dos competidores. A disputa deve ficar acirrada, pois pode definir o campeão geral.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi