Azul do Vento na segunda etapa do Circuito (foto: Rick Neves / Azul do Vento)
Na primeira etapa do Circuito Ford Ranger de pára-quedismo 2001, em Campinas (SP), o número de equipes na modalidade Formação em Queda Livre (FQL) era oito: dois em Estreantes e seis em Pro. Em Presidente Prudente (SP), local da segunda fase, disputada neste fim de semana, caiu para duas sendo uma em Estreantes e outra em Pro. Ou seja, não houve competição, mas as equipes saltaram e pontuaram normalmente. Isto me deixou um pouco desapontado, admite o organizador Ricardo Pettená. Não sei o que é, mas vamos descobrir o que está acontecendo na modalidade.
No 4-way, entre os ausentes estava a Action, de Pierre Chofard, que foi a melhor colocada em Campinas. Outra que ainda não participou do Circuito neste ano foi a Azul do Céu, atual campeã brasileira da modalidade e que representou o Brasil nos Jogos Aéreos Mundiais. Já no 8-way até agora não houve disputa. No ano passado a campeã foi a Air Mazing 8, junção das equipes de 4-way Air Mazing e Azul do Céu. A Azul do Vento também tinha seu time.
Longe demais? – A distância de 556 km para a capital paulista é apontada pela maioria como a justificativa para as baixas. Quem sabe se a etapa daqui não fosse no feriado, como é o caso da próxima, mais equipes viessem, comenta Juliana Wada, da Muito Vento. Acabou sendo um treino de luxo, vamos dizer. Eu não conhecia a área e achei o lugar muito bom, observa. A gente não está com o time titular, o Fábio está resfriado e precisou ser substituído. Mesmo assim fomos para prestigiar o evento, diz Paulo Kalassa, da Azul do Vento.
Para Pedrosan, que participou como cameraman da Muito Vento, destaca o aspecto financeiro. Temos que levar em conta a situação econômica, saltar de pára-quedas é caro, não é pra todo mundo. E, para você assumir um time, treinar, precisa ter um patrocínio, lembra. Por outro lado os que têm patrocínio precisam dar retorno e a melhor maneira é participando de eventos, como fazem o João Tambor e o Thiago Minniti, patrocinados pela Red Bull, explica. Já quem não tem um patrocínio não precisa ter este dever. Mas com certeza também faltou a cumplicidade com o projeto do Circuito.
Fora a etapa, a preocupação persiste. Há cada vez mais times nas demais categorias e menos em FQL. Algumas modalidades são novidade. Então a pessoa se forma e vê a galera do Free Fly, curtindo, com as roupas coloridas, e quer fazer também, comenta Pedrosan. Um dos que migrou do FQL para o Free Fly foi Ricardo Carnaúba, do Circus, que chegou a ser campeão brasileiro na primeira modalidade e agora é o décimo do mundo na segunda. No Circuito, o Free Fly e o Sky Surf somaram dez times na 1ª etapa. Na 2ª, foram sete, mais duas duplas de Free Style.
Persistência – No mundo, o FQL ainda é forte. Nos EUA são centenas de equipes que treinam, vários campeonatos diferentes, ainda é sucesso, observa Pettená. Vamos ver o que vai acontecer nas próximas etapas.
Segundo ele, a baixa no FQL não acontece no caso de grandes formações (big way). O Brasil se prepara para tentar bater o recorde mundial com pára-quedistas de um único país e tem muita gente nova interessada em participar. No último treinamento que tivemos em Campinas havia umas 40, 50 pessoas novas, que não estão no circuito de competição, diz. O evento, organizado por Carmem Pettená, deve acontecer em outubro, no Rio, e tem o apoio do Webventure.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira