Webventure

Franciosi transforma responsabilidade em motivação para defender o título do Sertões

Direto de Goiânia (GO) – O baiano João Antonio Franciosi tem uma responsabilidade tripla no Rally dos Sertões 2007. De carro novo, ele vai ocupar o lugar de Klever Kolberg como piloto da equipe Petrobras Lubrax, e ainda terá que defender o título de campeão.

Ainda assim, o piloto afirma não sentir o peso da responsabilidade, e a transforma em motivação para repetir o feito do ano passado. “Depois de quatro horas de especial, bate aquele cansaço e eu penso ‘tem muita gente que apostou em mim, preciso chegar bem’, e isso me motiva para terminar”, diz.

Franciosi usou a regularidade de resultados para vencer em 2006, e pretende manter a tática este ano. “Ser regular pode fazer a diferença no final, quem se arrisca tem mais chances de ter problema. Tenho que terminar todos os dias”, comenta.

Leia a entrevista na íntegra a seguir, e ouça alguns trechos.

Você acha que esse será o rali mais difícil da história?
Eu conheço o trajeto por cima, já que sobrevôo muito aquela região, acredito que será, sim, o mais difícil. Pelas distâncias das especiais e também pelo estado das estradas que vamos passar. Sei que são abandonadas e com muita areia. No meu caso, dos dois anos que andei, pelo tamanho das especiais, esse ano sem dúvida será o mais difícil de todos que já fiz.

Você veio para o Sertões como atual campeã, de carro novo e em uma equipe grande. Como você encara isso?
Não me coloco como defensor do título. Vou fazer a tocada que ser fazer, não sei andar mais rápido nem mais devagar do que vou fazer. Estarei concentrado. Em relação à equipe, tanto a Petrobras Lubrax como o apoio da Mitsubishi, acho que estou em uma das melhores. Tive o privilégio de estar em uma equipe bem melhor e estou tentando me adaptar a essas novidades. Tenho que representar bem o posto do Klever [Kolberg]. Estou entrando no lugar do piloto que mais representou o Brasil lá fora, é um piloto de grande nome e agora estou ocupando o espaço que era dele. Isso me motiva muito e faz com que eu me concentre cada vez mais na pilotagem e faça um rali regular, como fiz nos últimos dois. Sem inventar nada, sem querer ganhar especial. O que tiver que acontecer vai acontecer. Depois de quatro horas dentro do carro na especial bate aquele cansaço e aí eu penso ‘tem muita gente que apostou em mim, preciso chegar bem’, e isso me motiva.

E é essa mesma regularidade que você comenta desde que venceu em 2006?
Com certeza. Em um rali longo como esse, cada dia é uma vitória. Temos que vencer todos os dias, dentro de um tempo próximo dos que estão na frente. Não precisa ser o primeiro. Se for mais regular que os concorrentes, tem grandes chances de vencer no final, porque todos que arriscam estão sujeitos aos problemas. É isso que vou tentar fazer. Tenho um carro mais rápido, mas não sei até onde posso chegar, será uma experiência nova, com carro novo, e terei que cuidar mais desse do que no outro.

Você já treinou com o carro novo?
Fiz apenas dois treinos. Vamos usar o primeiro dia de prova, até Minaçu, para me adaptar ao carro e ao navegador. Só a partir daí vamos procurar fazer os acertos necessários.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa/ Webventure