A equipe campeã do mundial de corrida de aventura de 2011 (foto: Divulgação)
Depois de 118 horas e 27 minutos (quase cinco dias e meio de prova), a equipe Thule, composta pelos suecos Per Vestling e Martin Flinta e pelos franceses Jacky Boisset e Miriam Guilliot, vence a corrida de aventura XPD, que está ocorrendo na Tasmânia (Austrália) e vale como final do Adventure Race World Series (ARWC).
A Thule passou toda a primeira metade da prova na terceira colocação, logo atrás dos compatriotas da Silva e dos sempre líderes Seagate.com, da Nova Zelândia não fosse uma penalidade de 4 horas por não carregarem um equipamento obrigatório, os neozelandeses teriam levado o título. Os quase campeões acabaram ficando em terceiro, 6 minutos atrás da Silva.
Segundo o diretor da prova, Craig Bycroft, a parte de corrida da competição terminava no midcamp (onde os atletas tinham de parar para descansar) e a expedição começava dali pra frente.
E foi justamente no começo dessa segunda parte que a Thule começou a se aproximar da liderança: nos 65 quilômetros de trekking eles navegaram extremamente bem, assumindo a vice-liderança. Eles ainda contaram com a diminuição do ritmo dos quatros integrantes da Silva, que adoeceram com problemas de estômago.
Já os 150 quilômetros de mountain bike a seguir foi o trecho mais difícil de prova (observação: a Oskalunga finalizou esta perna na noite de segunda-feira daqui, pouco depois da chegada das três equipes na linha de chegada final). Os dois times acabaram chegando juntos, às 5h31, ao posto de controle 41, em Farkuas (onde está, neste momento, a Oskalunga descansando compulsoriamente). Ali a Seagate optou por dormir 1h30, antes de continuarem. Dessa forma, a Thule esteve, pela primeira vez, fisicamente na frente de todos os times.
Porém, antes da metade da canoagem, a Seagate renovada com o descanso, mas de péssimo humor retomou a liderança, provando que é, de longe, a melhor equipe desse mundial no quesito água.
Então, a partir daí, a Thule calculou fazer os próximos trechos 60 quilômetros de bike, 20 de trekking e 35 de MTB no asfalto num ritmo não focando ultrapassar a Seagate, mas se cuidando para não cometer um grande erro, como, por exemplo, também tomar uma punição.
Depois de saber que seria penalizada, a Seagate ainda tentou abrir mais quatro horas de vantagem, para garantir o título. Mas, ao chegarem à última área de transição (também PC 52), tiveram de pagar as 4 horas, assistindo às equipes Thule e Silva passarem por eles.
A Silva, cujo navegador é neozelandês, tinha passado no penúltimo AT com 33 minutos de desvantagem em relação à Seagate. Então, eles apertaram o passo e conseguiram tirar a diferença nos próximos 20 quilômetros de trekking, antes do PC 52. Na sequência, os últimos 35 quilômetros de MTB foram muito disputados pelos dois times, com a Silva garantindo o segundo lugar, apenas 6 minutos à frente da Seagate.
Per Vestiling, da Thule, comentou no final da prova, analisando o erro que tirou a Seagate do título: em todas as áreas de transição fazíamos a checagem de equipamentos três vezes, para garantir que estávamos levando todos os obrigatórios. Disse ainda que em corrida de aventura, sempre existe alguns erros de navegação, mas nesta prova não tivemos nenhum grande erro.
Este texto foi escrito por: Alexandre Carrijo, especial para o Webventure