Renata (esq) e Luciana: feras do free style (foto: Luciana de Oliveira)
Presidente Prudente (SP) – Elas estão dominando uma modalidade do pára-quedismo que já é considerada antiga, mas, no Brasil, é praticada a pouco mais de um ano… principalmente por mulheres. O Free Style reúne duas atividades que elas adoram: a adrenalina da queda livre e a performance artística no céu. É como se fosse ginástica olímpica em pleno ar, define Renata Gailey, que, no mês anterior, foi uma das primeiras atletas a representar o Brasil internacionalmente, nos Jogos Aéreos Mundiais, e que participa desta 2ª etapa do Circuito Ford Ranger.
O Free Style se caracteriza por dois integrantes na equipe, um que faz a performance e um câmera, que filma e faz as manobras junto com o performer. Para fazer isso, temos 40 segundos desde a saída a avião ao fim do salto, descreve Renata. São contadas a beleza, técnica, perfeição, entrosamento com o câmera, qualidade da imagem, etc.
Arte no ar e na terra – Ela explica que há diferenças sutis comparando a outra modalidade que também aposta na performance, o Free Fly. A principal é que, no Free Style, o corpo está mais estendido. E, no Free Fly, a coreografia é feita em dupla, explica. Segundo Renata, o Style deu inspiração para o surgimento do Free Fly e já existe há muitos anos. Mas a performance hoje em dia evoluiu, é mais dinâmica que antigamente, comenta.
Para se dar bem na modalidade, não basta a atividade no ar. O treino em terra é fundamental e inclui balé, alongamento, entre outros exercícios. Para se ter uma idéia, Renata pratica ioga e capoieira. Outra atleta do Free Style, Luciana Rubertini, dança e já foi ginasta. Eu sonhava em saltar desde pequenininha. Em 1996, fiz um salto duplo, depois fiz o curso para saltar sozinha e, quando conheci o Free Style, há pouco mais de um ano, descobri que podia unir duas coisas que eu adorava fazer: pára-quedismo e ginástica olímpica.
Além delas, destacam-se as brasileiras Aline Fernandes, melhor colocada entre as representantes do país nos Jogos Aéreos e que está se recuperando de um sério acidente sofrido durante um salto há alguns dias. Juliana Sé, que reside nos EUA e já é experiente no Free Fly, também tem realizado performances solo. Nos Jogos, as italianas foram superiores, brigando apertado com as francesas.
Sucesso – Fiquei muito surpresa com o número de atletas da modalidade nos Jogos (havia 18 equipes), não imaginava o quanto ela é praticada no mundo. Foi emocionante, uma honra estar representando o país e sendo a primeira vez que as brasileiras fazem isso. Tenho certeza eu, a Luciana e a Aline, fizemos muito bonito na Espanha. No Ranger, ainda não está confirmado se elas vão demonstrar o que sabem, pois tanto Renata quanto Luciana estão sem a companhia de seus cameraflyers.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira