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Frio barra tentativa de cume para Paulo e Helena

Redação Webventure/ Montanhismo

Helena e Paulo fizeram duas tentativas de seguir a escalada. (foto: Arquivo pessoal)
Helena e Paulo fizeram duas tentativas de seguir a escalada. (foto: Arquivo pessoal)

O frio que ultrapassou os 30 graus negativos barrou a escalada dos brasileiros Paulo e Helena Coelho no Everest (8.848m). Eles estão de volta a São Paulo depois de tentar o cume do topo do mundo, sem uso de cilindros de oxigênio, pelo lado do Tibet (também é possível escalar a face do Nepal). “O frio e o vento neste ano estavam muito piores, só houve duas oportunidades de tempo bom”, conta Helena, que é colunista do Webventure.

Em um relato exclusivo para o portal (clique aqui e leia na íntegra), ela descreve uma temporada difícil, em que a maioria dos alpinistas, que lotavam o acampamento-base da montanha, desistiu. “Depois dos dias 16 e 17 de maio, a primeira janela (período com tempo bom), muita gente desanimou com as previsões meteorológicas distribuídas por um grupo suíço e foi esvaziando o acampamento”, lembra a alpinista. Dois alpinistas teriam morrido na montanha.

Nesta primeira ascenção, os brasileiros chegaram a 7.900m e encontraram suas barracas, previamente instaladas durante a fase de aclimatação, destruídas pelo vento.

Persistência – Paulo e Helena não desistiram: apegaram-se a uma previsão de que o dia 25 de maio poderia ser de tempo melhor, mas não ideal. “Chegamos a 8.300m com muita vontade de ir para o cume”, conta Helena. “Subimos mais ou menos uns 100m de desnível até que fomos definitivamente bloqueados pelo frio”.

“As nossas velhas roupas infelizmente não foram suficientes para o frio e o vento que pegamos nesta temporada”, admite a alpinista. Ela e Paulo perceberam que as pontas de seus dedos das mãos e dos pés começaram a perder sensibilidade, um sinal de início de congelamento, e desistiram de prosseguir.

Lucidez – Helena não esconde a decepção de ter condições físicas e mesmo assim precisar abandonar mais uma tentativa de chegada ao cume do Everest por fatores alheios a isso. Mas ela trouxe na bagagem lições valiosas: “perdemos muito material, mas, acima de tudo, não perdemos a lucidez de saber o momento de retornar”.

Outras duas expedições nacionais estão previstas no próximo semestre, ambas pelo lado do Nepal. Waldemar Niclevicz, que foi, ao lado de Mozart Catão, o primeiro brasileiro a chegar ao cume do Everest, quer voltar lá agora sem oxigênio. Ele terá companhia de outros compatriotas, Marcelo Santos (Bonga) e Irivam Burda.

O outro time é formado por Rodrigo Raineri e Vitor Negrete, que em janeiro deste ano se tornaram os únicos brasileiros a escalar a face sul do Aconcágua.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: junho 14, 2002

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