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Frio + estiagem = férias no rafting?


Degrau uma das corredeiras raras do Juquiá (foto: Arquivo Canoar)

Não precisa ser muito bom em matemática para chegar a esta conclusão. O bom senso nos leva a crer que a falta de chuvas aliada ao frio torna o rafting uma atividade pouco atraente nesta época do ano. Se não quiser pensar tanto, é só ligar para qualquer operadora de rafting e constatar o fato. Para elas, a alta temporada vem e vai com as chuvas do verão.

Com a estiagem, a grande maioria dos rios fica com seus níveis muito baixos, tornando aparente muitas pedras e as corredeiras muito menos caudalosas. Se isto já não bastasse, tem o frio, dentro e fora d’água, para afugentar o restante dos poucos corajosos. Parece que tudo conspira para obviedade da equação acima. Certo? Hummm, nem tanto.

Perto de São Paulo existem duas exceções que operam o ano todo: o rio Jacaré-Pepira, em Brotas, e o Juquiá, em Juquitiba – antes que eu me esqueça, para combater o frio basta alugar uma roupa de neoprene em qualquer operadora ou escola de mergulho ou pedir emprestado para algum amigo surfista; na falta dos dois, uma capa de chuva ajuda bastante.

Especial – O Juquiá torna-se um rio muito especial nesta época do ano. Localizado a 70km da cidade de São Paulo, oferece ótimas surpresas. É um rio de classe I e II, indicado para iniciantes na prática do esporte. Por isso, você pode estar pensando que é um rio de poucas emoções mas está absolutamente enganado!

O percurso do passeio é de 5 km em meio a beleza da Mata Atlântica e tem uma duração média de duas horas. São trechos de remanso alternados a corredeiras onde, com o atual nível do rio, surgem ondas perfeitas para o “surfe” – uma brincadeira muito divertida que se faz em certos refluxos, nos quais é possível “surfar” no bote parado no meio da correnteza. Como se uma já não bastasse, são duas corredeiras – o Tobogã e o Tapetão – onde, se o seu instrutor tiver habilidade, você poderá ficar “surfando” até enjoar.

Autorama – Mas é no fim do percurso que o rio apresenta suas principais atrações. O Juquiá termina na represa Cachoeira do França que, com a estiagem deste ano, baixou muito além do seu nível normal, revelando duas fantásticas corredeiras: o Degrau e o Autorama. Já dizia o anúncio da Sabesp que São Paulo enfrenta a pior seca dos últimos 100 anos… não faz tanto tempo assim, mas foram poucos os canoístas e rafteiros que tiveram o privilégio de conhecer estas corredeiras da maneira como estão hoje.

A corredeira Degrau é uma deliciosa queda livre de 3 metros seguida da Autorama – o nome já dá uma idéia de como a corredeira é: rápida, cheia de curvas, terminando num grande refluxo, onde os caiaques chegam a sumir dentro dele!

Não deixe de conhecer essas quedas. Só São Pedro sabe até quando elas estarão disponíveis. Diversão e adrenalina garantida para iniciantes e macacos velhos!

Newton Nagumo, colaborador da Webventure, é atleta da equipe de rafting Canoar Projeto Apó, revelação do Brasileiro 2000.

Este texto foi escrito por: Newton Nagumo