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Füchter, calouro que aprendeu rápido a lição

Ele é tricampeão sul-americano e cinco vezes brasileiro de rali de velocidade, mas, nos Sertões, é um calouro. Ao lado do navegador Luís Tedesco, dirigindo uma Chevrolet, o catarinense Édio Füchter aprendeu rapidinho a lição e é o líder do maior rali off-road da América Latina. E, em entrevista à Webventure direto de Palmas (TO), conta porque “o Sertões é mais aventura do que ali.”

Webventure – Por que você demorou tanto para participar do Rally dos Sertões?

Édio Füchter – A explicação é simples. Eu comecei correndo provas de regularidade, que são precisas. Depois fui para o rali de velocidade, em que você recebe a planilha três dias antes da etapa, sabe com antecedência onde estão os obstáculos… Nos Sertões, você só fica conhecendo o caminho na hora e ainda podem existir erros de planilha, como ontem, e que eram mais comuns nos anos anteriores. Isso não é muito o nosso estilo.

Webventure – O desconhecimento do percurso é a diferença principal entre rali de velocidade e off road?

Füchter – Sim, no velocidade a gente reconhece o percurso e a prova dura dois dias, em média. Aqui é muito mais perigoso do que na velocidade, em que as médias chegam a 200km/h mas você sabe por onde anda e pode determinar o ritmo. E é um rali muito grande, de cinco mil e poucos quilômetros…

Webventure – O off-road é mais difícil?

Füchter – É, nos Sertões, com certeza. Você tem que ter uma estratégia boa, a cabeça no lugar. Para a primeira vez, estamos indo bem, chamei o (Luís) Tedesco pra andar com a gente. Ele é piloto, mas foi navegador no ano passado. A dupla deu certo.

Webventure – Você tem vontade de fazer outros ralis como este?

Füchter – Acredito que sim, é uma aventura isso aqui, não é só um rali. É cansativo, teve dia que a gente fez uma especial de cento e poucos quilômetros, depois andamos 800km para chegar à noite, dormir em barraca, sem tomar banho… e, às seis da manhã, tem que estar andando de novo. É uma verdadeira aventura!

Webventure – A liderança até agora garante alguma coisa?

Füchter – A estratégia é liderar até o final desta quarta-feira. Até aqui corremos oito horas somando todas as especiais e só o trecho desta quarta, 550km de trecho travado no Jalapão, calcula-se que vá durar de sete a oito horas. Ou seja, essa especial vale por tudo o que já corremos até agora.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira