Sacha Haim terminou em quinto (foto: Divulgação)
Pela primeira vez em 18 edições do Festival de Balonismo de Torres (RS), uma mulher sai vencedora. A paulista Gabriela Slavec foi campeã do torneio, um dos mais disputados da história, nesta segunda-feira. Até último vôo, os primeiros sete pilotos tinham chances reais de vitória.
Do primeiro até o sétimo colocado tinha uma diferença de 200 pontos, o que é praticamente um empate. O último vôo que definiu o festival, com vento mudando várias vezes, contou a piloto. Na verdade eu me surpreendi. Fui bem nas duas modalidades da competição, revelou Slavec.
O Festival de Balonismo de Torres testou as habilidades de 30 pilotos em provas de Fly-in, na qual os balões decolam a dois quilômetros de distância e têm que jogar uma marca no solo o mais perto possível do alvo, e Caça à Raposa, quando um balão decola e os outros vão atrás, para jogar a marca o mais perto de onde ele pousar.
Estratégia – O último vôo foi decisivo para a vitória de Gabriela. Um bloco de balões saiu mais cedo e o vento mudou para leste, tirando eles do alvo. Outro bloco decolou bem mais tarde e o vento jogou eles mais para oeste do alvo, contou. Eu decolei entre esses dois blocos e consegui ir no alvo certinho. Com certeza o horário e a decisão do local de decolagem decidiram, comemorou Slavec.
Gabriela e outros pilotos brasileiros usaram o Festival para treinar para o Campeonato Sul-americano de Balonismo, que acontecerá pela primeira vez no Brasil em junho na cidade de Rio Claro (SP).
Esse campeonato foi um ótimo treino para todos, ainda mais com a presença de cinco argentinos, que provavelmente virão para o sul-americano, que deve contar ainda com pilotos da Venezuela, Bolívia e Uruguai, disse a piloto.
Gabriela Slavec ainda não tem patrocínio, nem apoio. Mais informações sobre ela podem ser encontradas no site www.balonismonoar.com.br.
O paulista Sacha Haim, pentacampeão do Festival de Torres, só conseguiu o quinto resultado nesta edição. Ele foi um dos que ficou de fora da zona de pontuação no último vôo de segunda-feira.
Antes do vôo decisivo estava em terceiro, bem próximo do primeiro colocado. Até pensei que conseguiria o título com uma certa facilidade. Mas na última prova os ventos variaram bastante. Houve grande dificuldade em entrar na zona de pontuação, o que não costuma acontecer, avaliou Haim. Devo confessar que gostei mais das outras cinco edições, brincou.
Ele reconheceu a vitória da colega. Felizmente a Gabriela foi uma das que conseguiram entrar na zona de pontuação e venceu. Fiquei muito feliz com a vitória dela, foi fantástica. Para mim ela é quase família, é afiliada da minha mãe, revelou Haim.
A Gabriela se dedicou muito ao balonismo desde os 15 anos, ou menos. Começou como fiscal de competição, passou a ser chefe de fiscal e hoje é reconhecida mundialmente nos eventos e chamada para ajudar na fiscalização. Acredito que será uma grande piloto, que var dar trabalho, adiantou.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: maio 2, 2006