Sempre tive uma curiosidade enorme pelo México. A comida, a cultura, as cores e tradições sempre fizeram parte das minhas pesquisas e por isso o país ficou na minha lista de lugares para conhecer.
Foi então que, em 2016, decidi ao lado do meu namorado ir para o tão curioso México, mas na hora de montar o roteiro as dúvidas começaram. O México é um país com muito turismo de norte a sul, você pode conhecer desde praias lindas até cidades pitorescas no interior. Por isso, depois de um tempinho de pesquisa acabamos optando por conhecer a Cidade do México, a capital do país, e também Guanajuato, uma cidade de origem pré-colombiana com menos de 200 mil habitantes que é conhecida como a capital cultural do país. É cidade natal do artista e marido de Frida Khalo, Diego Rivera e considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Hoje vou contar um pouco sobre como conhecer um México diferente, além dos clichés turísticos que se vê por aí.
Como chegar
Para chegar a Guanajuato não é tão simples. Começamos a viagem saindo de São Paulo em direção a Cidade do México com uma escala em Miami. Chegando lá alugamos um carro dentro do aeroporto e seguimos em direção a Guanajuato, nos primeiros 10 minutos de viagem o GPS do carro quebrou, o que nos obrigou a voltar para a empresa de aluguel e pedir outro, mas para garantir usamos também o Waze a viagem inteira. A cidade fica a 350km da capital e existem ônibus e vôos que fazem o trajeto, o que é muito mais confortável uma vez que as estradas mexicanas são terríveis e um pouco perigosas para turistas desavisados como nós. Vimos muitos acidentes, animais atropelados e até um caminhão de cerveja tombado, tudo isso fez com que a viagem de 4 horas fosse bem mais longa.
Guanajuato
Logo na entrada da cidade dá para perceber que você está embarcando em uma viagem no tempo. A cidade parece ter saído da história, não é à toa que o filme Viva! A Vida é uma Festa da Disney teve sua inspiração em Guanajuato. A primeira impressão são as cores, talvez essa seja uma característica mexicana, mas lá eu senti isso muito mais presente, as cores eram realmente a alma da cidade. Chegamos no hotel Balcon del Cielo quase ao entardecer e a nossa primeira vista foi a um mar de casinhas coloridas nos morros e uma cidade alegre em seu vale.
O hotel fica na parte de cima da cidade, perto do Monumento as Pípila, dedicado as um dos nativos que lutou pela independência do México e o bacana deste monumento é que ele dá uma vista 360 graus da cidade. Uma vez que o nosso hotel se localizava na parte de cima, tínhamos duas opções para explorar o local: descer até o centro numa caminhada de uns 20 minutos por vielas estreitas ou de carona no funicular, claro que optamos por descer a pé e explorar cada cantinho daquele lugar. Chegando na parte baixa nos deparamos com muito restaurantes e bares, mariachis se apresentando e lojinhas com todos os tipos de caveirinhas, as famosas Catrinas.
A cidade parece outra de dia, pudemos explorar uma curiosa rede de caminhos subterrâneos que tem várias entradas como se fossem de metrô. Os túneis foram construídos, pois antigamente a cidade sofreu muitas inundações até que o rio que ali passava fosse desviado para que não acontecesse mais e as vias embaixo das ruas fossem arquitetadas. Passamos pelo Teatro Juaréz que chama atenção por suas colunas e estátuas de bronze onde acontecem apresentações gratuitas em sua faixada. Em outubro acontece o Festival Nacional Cervantino e a cidade fica cheia por isso. Na Plaza de La Paz encontra-se a Basílica de Nuestra Señora de Guanajuato, uma igreja amarela vibrante cujo sinos são ouvidos em todos os cantos da cidade, é a igreja mais importante da região e foi construída no século 18. Das diversas igrejas que entramos em toda nossa viagem ao México (o país é muito religioso, por isso igrejas são turismo em todas as regiões) essa foi a que mais me impressionou por sua simplicidade e ao mesmo tempo grandiosidade.
Perto da basílica fica localizada a Universidad de Guanajuato, também do século 18, com enormes pilares e uma escadaria que chama bastante atenção. A cidade tem diversos bares e restaurantes pois são cerca de 30 mil estudantes frequentando a universidade. Por fim um passeio um tanto quanto interessante é na Callejón del Beso, uma ruazinha que reza a lenda garantir sorte no amor caso você beije o seu amado por lá, lenda ou não, não custa tentar, né? Essa ruazinha fica com filas para fotos e beijos, por isso vá em horários alternativos.
A nossa estadia por lá foi breve, mas suficiente para marcar para sempre. Nossa querida Guanajuato tão pequena, mas tão cheia de significados é com certeza um dos lugares que a gente guarda no coração e indica a todos que querem uma aventura diferente no México.
*Este texto foi escrito por Gabriela Donatello.