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Guia de Petrópolis aposta no ineditismo


Guia tem 322 páginas. (foto: Divulgação)

Lançado no dia 4 de junho, o livro Guia de Escaladas de Petrópolis chega ao mercado apostando no seu caráter inovador. “Começamos a colher as informações sobre as possibilidades de escalada em Petrópolis porque não havia qualquer guia na época”, lembra o autor Luciano Bender, que dividiu a responsabilidade de preencher a lacuna no mercado com Paulo Lúcio Tesch.

Os trabalhos de pesquisa começaram há exatos dez anos. Depois de diversas dificuldades e problemas pelo caminho, os escaladores conseguiram enfim concretizar o sonho de publicar o livro, com mais de 200 vias, distribuídas por 33 montanhas da cidade.

Com 322 páginas, o Guia de Escaladas de Petrópolis apresenta cerca de 150 fotos, além de ilustrações, cartas topográficas, mapas e croquis. Na entrevista abaixo, Luciano conta como surgiu a intenção de produzi-lo, quais foram as maiores dificuldades e fala da sensação de lançá-lo.

Webventure Como surgiu a idéia fazer esse guia?
Luciano Bender – Em um bate-papo informal no ano de 1994, eu e o Paulo Lúcio vimos que tínhamos o interesse mútuo em colocar no papel as principais informações dos pontos de escalada de Petrópolis. Resolvemos fazer o projeto de vez quando descobrimos que não existia nenhum guia do gênero, apenas um catálogo de escaladas do Rio de Janeiro, de 1984.

Mas desde o início a intenção era de fazer um guia?
Não. Queríamos apenas catalogar um pouco das informações que íamos obtendo. Mas acontece que o caldo foi engrossando e percebemos que havia uma demanda muito grande por essas informações.

Qual é o principal objetivo do livro que estão publicando?
Difundir a informação sobre a capacidade de Petrópolis, que está sem sombra de dúvidas entre os cinco melhores lugares de escalada do país. Aqui temos uma quantidade muito grande de montanhas e uma diversidade de vias incrível. Talvez perca apenas para o Rio de Janeiro.

E por que o projeto demorou dez anos para ser concretizado?
Foram vários motivos. Primeiro porque tínhamos que tocar nossa vida durante a realização do livro. Então estudávamos e trabalhávamos na semana, para fazer as pesquisas nos fins de semana. Depois porque o levantamento histórico que fizemos levou muito tempo (são 70 anos de história da cidade). Ainda tivemos uma grande dor de cabeça por causa de um roubo do qual fomos vítimas. Foi um caso de pirataria.

Chegaram a pensar em desistir?
Posso dizer que depois do roubo das informações chegamos a pensar, mas logo o episódio acabou nos dando mais forças para continuar. O pior de tudo foi que há um ano uma pane no HD do computador quase nos fez perder todo o trabalho. A sorte foi que fizemos um backup e perdemos apenas três meses.

Como viram o resultado final do guia?
A gente se surpreendeu com o volume de informações que obtivemos. A idéia no início era de fazer um guia com 150 páginas. Depois passamos para 250 e acabamos ficando com 322 no fim. Mas adoramos, porque entendemos que ele ficou como queríamos.

Vocês contaram com a ajuda de alguém?
De muitas pessoas. A começar pelo Alexandre Berner, que é montanhista e fotógrafo. Muitos também escalaram vias e nos passaram as informações, para que pudéssemos completar todas as possibilidades de Petrópolis. Gostaria de agradecer a Luiz Cláudio Jatobá, Efraim Filho, Francisco Baulter, Manoel Lordeiro, Paulo Lúcio Loureiro, André Ilha, Antônio Carlos Magalhães (Tonico) e Fábio Muniz.

E como têm sido os dias desde que finalizaram o guia?
A gente ainda não conseguiu parar para respirar, nem para escalar. O nível de agitação está bem grande. No pré-lançamento que fizemos, na Urca, vendemos 90 livros. Isso porque a idéia era apenas divulgar o trabalho.

*O Guia de Escaladas de Petrópolis pode ser comprado nas lojas de montanhismo ou através do site www.guiadepetropolis.com

Este texto foi escrito por: Jorge Nicola