Um dos treinos para o Dakar com a Pajero Evolution (foto: Divulgação/ Haroldo Nogueira)
Com apenas três treinos na Pajero preparada especialmente para o Dakar, Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo apresentaram hoje o carro e a equipe que irá para o maior rali do mundo na América do Sul. Os competidores, estreantes na competição, contam com a experiência de Kléver Kolberg como chefe da equipe Mitsubishi Brasil.
Tanto Guiga quanto Vívolo estão emocionados em participar pela primeira vez da prova e competir com o carro cinco vezes campeão consecutivo do Dakar. O carro é excelente, fácil de pilotar, sabemos que o carro novo, que outros pilotos da Mitsubishi vão utilizar, tem uma tecnologia mais moderna, mas o fato de poder experimentar um conceito de rali como a nossa Pajero, sem sombra de dúvida, é excelente, explicou Spinelli.
Marcelo não esconde a emoção de andar no veículo da equipe Mitsubishi. Eu, sinceramente, não acostumei a andar no carro, toda vez que eu entro nele sinto um frio na barriga enorme, dá uma emoção forte que eu abro um sorriso de orelha a orelha, revelou o navegador.
Com um carro competitivo, a dupla não esconde a felicidade e a pressão por bons resultados no Dakar. O piloto garante que a pressão é natural, por estar com uma estrutura favorável. É como eu sempre digo: quanto melhor a preparação, menor a pressão; e quando você está bem colocado na prova, a pressão sempre aumenta. Faz parte do esporte, faz parte de estar em uma equipe com boa estrutura, mas é uma pressão boa, disse Guiga. Para o navegador, a pressão tem sido violenta nos últimos seis meses. Se pensar que é a primeira vez em tudo, no Dakar, no carro, não tem como imaginar a situação sem pressão. Mas o nosso trabalho é saber lidar com isso.
Preparação e estratégia – Durante o ano de 2008, a dupla participou de competições de rali de velocidade, o que Spinelli afirma que não atrapalhará na maior prova de cross-country, pois em provas de especiais curtas e mais rápidas, ajudam piloto e navegador a andarem no limite.
A preparação dos atletas vai além dos poucos treinos com o carro e as competições. Com a ajuda de um preparador, realizaram treinos físicos na altitude. Senti dores fortes de cabeça depois dos treinos, mas deu tudo certo, foi o único problema mesmo, contou Vívolo. Os competidores realizaram treinos mecânicos, de entrosamento com o carro e com a equipe para uma adaptação completa para a prova.
Com um objetivo traçado, o de completar os cerca de 9 mil quilômetros de competição, Guiga e Marcelo adotam uma estratégia cautelosa para não ter dificuldades. No rali cross-country, de forma geral, deve-se adotar uma estratégia conservadora mesmo. Temos sempre que ter cuidado, mas sem deixar de abusar, explicou o navegador.
Além de questões mecânicas, o preparo mental para passar horas dentro do carro também é fundamental. Guilherme contou que algumas questões podem fazer a diferença na prova. Acho que cautela, concentração, trabalho de todos da equipe, saber poupar equipamento e não se empolgar com a facilidade do carro de pilotar são boas estratégias para fazer um bom Dakar.
Este texto foi escrito por: Bruna Didario
Last modified: dezembro 9, 2008