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Gybe e Cambada: Como manobrar um veleiro


Reguladores de vela preparam manobra no ABN Amro 1 (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Em algumas regatas, nas olímpicas, por exemplo, onde os veleiros são iguais e todos os competidores estão praticamente sob as mesmas condições de vento, o que difere o vencedor do resto é a decisão de quando e como realizar as manobras.

Isso se reflete também nas provas de oceano, como a Volvo Ocean Race. Navegadores quebram a cabeça para escolher o melhor momento da manobra e os outros tripulantes podem ser até acordados no meio do sono para realizar uma mudança de vela, por exemplo, pois a operação exige todos os tripulantes no convés.

O veleiro pode navegar em qualquer direção, até contra o vento, menos diretamente contra ele. Para realizar essa tarefa, geralmente a tripulação escolhe um ângulo de 45 graus em relação ao vento. O barco veleja na diagonal, fazendo um zigue-zague até o ponto escolhido. A quantidade de manobras a serem feitas e o ângulo usado formam a tática de cada equipe para vencer uma regata.

Manobras – Existem duas manobras principais em um veleiro, Cambada por Davante e Cambada em Roda, ambas para mudar o curso da velejada. A nomenclatura depende de onde está vindo o vento.

Se o veleiro está contra o vento, a mudança de direção chama-se Cambada por Davante, ou Bordo. Se estiver com vento a favor, essa manobra chama-se Cambada em Roda, ou Gybe, do inglês.

Isso exige o trabalho de todos os tripulantes e principalmente muita concentração e sincronia, para que tudo saia corretamente. É também um momento de tensão a bordo, ainda mais em uma regata. É comum no mundo da vela dizer que é possível reconhecer uma boa tripulação quando a manobra é silenciosa. Sinal de que cada um está certo do que fazer e confia no trabalho de cada companheiro.

Tanto no Gybe quanto na Cambada, o que acontece no barco é bem parecido. Geralmente o veleiro fica adernado (pendendo para um dos lados). O timoneiro vira o barco para outra direção, outro bordo, como se diz.

Os reguladores de vela folgam a genoa (vela de proa, na frente do barco), para ela passar para o outro lado, com a força do vento. Depois apertam (caçam), para que o veleiro pegue velocidade mais uma vez, já em rumo diferente.

E a retranca (peça perpendicular ao mastro, que guia a vela mestra) passa com força de um lado para outro do barco. O comandante, que geralmente está no timão, avisa a todos quando uma manobra dessa vai ser realizada, primeiro para cada um assumir seu posto e realizar as tarefas, e segundo para avisar a passagem da retranca, que pode ferir seriamente algum desafisado.

Gybe – Ao navegar a favor do vento o veleiro fica menos adernado e a manobra parece mais suave. Porém, como o vento atinge o barco com mais força, a mudança das velas e, principalmente a passagem da retranca, são mais bruscas que na cambada.

Este texto foi escrito por: Webventure