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Hábitos culturais pelo globo – parte II

Na parte I, conhecemos os hábitos culturais de europeus e asiáticos, descobrindo as peculiaridades de certos países. Nesta matéria, esses povos são ainda mais diferentes do que imaginávamos. Embarque com a gente nos últimos três continentes.

Foto: franckito / Depositphotos

Oceania

O menor continente em área territorial parece do avesso para os nossos costumes. Composto por um grande número de ilhas por vezes ele é setorizado em arquipélagos sendo estes: Polinésia, Micronésia, Melanésia e Australásia além dos dois grandes países, Austrália e Nova Zelândia.  Um curiosidade interessante é que a Oceania é um continente sem fronteiras, as nações não tem limites terrestres entre si.

O país dos cangurus encara como obsceno sinalizar com o polegar para cima. Um jóinha pode lhe causar problemas. Na Austrália também é comum andar descalço nas ruas ou shopping, e eles amam o hábito. Crianças costumam andar de meias nas ruas depois das aulas. As mães piram com as crianças ficando doente com pé no chão.

Os australianos são conhecidos por serem muito solícitos e respeitosos, especialmente com mulheres. Mexer com uma mulher na rua é praticamente proibido e ninguém faz isso. O povo de lá tem hábitos peculiares de higiene: escovam os dentes 2x ao dia, categoricamente e tomam banho de no máximo 5 minutos. Pontualidade é uma característica muito forte deles, tudo começa e termina no horário determinado. Inclusive o comércio fecha pontualmente às 17h, com exceção de quinta, que fecha às 20h.

Já no segundo maior país do continente, a cultura maori é muito respeitada e se misturou à inglesa na colonização da Nova Zelândia. O “hongi” é o cumprimento típico deles, que consiste em tocar a testa e o nariz um do outro, para “um conhecer a alma do outro”. Antes da saudação, os recém chegados passam pela cerimônia de boas vindas, conhecida como Powhiri.

 

Foto: DeborahKolb/ Depositphotos

Se você acha que na Austrália o comércio fecha muito cedo, na Nova Zelândia fecha às 16h e em um dia de movimento ruim pode fechar lá pelas 15h e pouco. É um pouco chocante, mas neozelandeses não costumam se importar com a validade dos alimentos, que não tem o prazo nos rótulos ou são apenas ignorados. Se não estragou, dá pra comer.

E sobre comer, um fato peculiar: o almoço como conhecemos não é comum lá, ao meio dia eles lancham e deixam a refeição principal para o “tea” ou jantar, onde comem comida.  E nesse “almoço” eles costumam sempre beber algo quente, normalmente um café em uma tigela de sopa.

O continente é composto ainda de infinitos arquipélagos, onde alguns são nações independentes como Kiribati, Palau e Samoa; e outros de posse francesa, chilena, estadunidense e britânica, como exemplo o Havaí.

No estado natal do ex-presidente americano, os recém chegados que não quiserem usar ou tirar o colar de flores do pescoço é visto como um sinal de falta de educação, pois além da beleza, são um um símbolo de amizade. E deve ser usado em toda a estadia na ilha.

Foto: wrangel/Depositphotos

África

É comum se deparar com matérias na internet que ressaltam costumes de tribos que parecem muito distantes da nossa realidade. Mas nossa cultura tem uma forte influência africana, que se tornou tão comum para nós que esquecemos a origem. As religiões afro-brasileiras, o vatapá, o samba e palavras como cochilo e batuque nasceram dessa mistura. Outros países que tiveram colonização portuguesa como Moçambique e Angola, compartilham o português e característica como o nosso jeito. Abraços, o modo de andar e outros maneirismos que temos, se assemelha á gentileza de lá.

Foto: besphoto / Depositphotos

O continente é composto por 54 países e 2 territórios em disputa, mas isso não define os inúmeros povos que existem lá. Existem grupos e tribos espalhados por todo o continente com hábitos que se mantém há milhares de anos. Vocês provavelmente já ouviram falar das mulheres com discos de madeira nos lábios ou as que usam argolas no pescoço. Esses costumes que atraem atenção de curiosos na internet, são das tribos Surma e Ndebele, respectivamente.

Em sua viagem pelos seus 30.221.532 km² de extensão territorial, ouvir as mais diferentes línguas é normal. Os países podem ter nenhum idioma oficial ou  cerca de 10 oficializados, como é o caso da África do Sul que tem 11 línguas. O estudante de engenharia, Otávio César, passou um ano na África do Sul, na cidade de Polokwane na província de Limpopo. Ele conta que estudou em um colégio comum onde falavam inglês e afrikaans ou africâner. “Era um colégio normal, eu precisava fazer as provas e tudo mais, e minha notas tinham que ser acima de 50%. Tanto que falo as duas línguas graças a isso.  Afrikaans é uma língua derivada do holandês, é bem parecida. Então com ela consigo até entender coisas básicas do alemão“, comentou o estudante de engenharia.

Otávio aponta que as pessoas costumam usar trajes mais típicos para ir à igreja e que isso é mais forte entre a população negra. Ele conta:”Geralmente, as tribos tem uma maneira de vestir… é comum as tranças nos cabelos, os dreads, tem várias coisas bem diferentes”.

 

A estudante de direito, Laura Sabbag visitou Ruanda e Uganda e atualmente mora na África do Sul. Ela ressalta a segregação racial que permanece principalmente na África do Sul mesmo depois de 24 anos do fim do Apartheid. “Então é bem clara a divisão, inclusive de cultura mesmo, entre a população negra e a população branca (afrikaans). Os brancos apesar de serem a imensa minoria ocupam as camadas sociais mais altas, têm mais oportunidade de educação etc, lembra a situação do Brasil.  O preconceito racial é bem evidente também, na forma que algumas pessoas brancas falam da população negra. Não são todos, mas acontece.” termina Laura.

Você já pensou em caçar o que vai comer? Bom, lá pode ser comum. A caça é legal (dependendo de algumas condições, como o animal e o tipo arma) em certos países, o que permite a alimentação com animais ser variada.  “Eles comem uma comida típica de lá chamada Pap que é um amido de milho, e os negros comem com as mãos e junto com isso comem uma lagarta chamada de Mopani Worm. Junto com um molho de tomate.  Comer com as mãos é normal na cultura da população negra. E pra eles não pode sobrar comida, ou seja eles comem até acabar. E isso não é falta de respeito sabe, é da cultura deles”, conclui Otávio.

 

América

Até nossos vizinhos latinos são muito diferentes de nós. A influência da colonização espanhola e das antigas civilizações tornaram cada país único. Por exemplo, quem é do Sul brasileiro conhece bem o chimarrão, chá que faz parte do seus costumes. Logo na fronteira sulista está a Argentina que vive do famoso “mate”, semelhante à bebida brasileira mas feita com outras ervas.

Se acostumar a pontualidade de cada país latino é particularmente difícil, já que os brasileiros tendem a ser pessoas atrasadas o hábito se perpetua com os estadunidenses que estão acostumados a chegar depois da hora combinada e está tudo bem. Já os mexicanos, espere por longos atrasos e é falta de educação chegar muito cedo nos lugares. Herdando a pontualidade britânica, os canadenses são extremamente pontuais, nem adiantados ou atrasados, na hora exata. Os jantares são servidos sempre cedo, às 17h enquanto no relógio argentino nada é servido antes de pelo menos às 20h.

Foto: urf /Depositphotos

Cariocas se segurem no Canadá porque dois beijinhos nem pensar. As conversas acontecem com pelo menos um braço de distâncias entre os interlocutores. Cumprimentos apenas com aperto de mão. Os que vivem na terra dos 42 estados também não são abraços e beijos, sendo sempre respeitosos e educados, e claro, distantes.

Os “americanos”, como costumam se auto declaram os estadunidenses têm hábitos de limpeza bem próprios. As máquinas de lavar e lava-louças são super potentes lavando os objetos com água fervendo além do sabão tradicional. Isso permite que o prato dos animais, brinquedos, louças de comer ou roupas íntimas e panos de limpeza são lavados juntos dentro dos aparelhos. Os lenços umedecidos são usados das formas mais versáteis para limpar todos os cantinhos.

Em um dos países que conectam as três américas, a Nicarágua, as pessoas tem um modo diferente de apontar direções. Em vez de usar os dedos como é comum, eles costumam usar os lábios. Então se atente, ao perguntar um “onde?” para um habitante local olhe para os lábios para ver para qual lado vão indicar.

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