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Hillary: “pagar US$ 65 mil para subir não é montanhismo”

Redação Webventure/ Montanhismo

Sir Edmund Hillary, o primeiro homem, ao lado do nepalês Tenzing Norgay, a atingir o topo do monte Everest, chegou na última sexta-feira (23/05) ao Nepal para as comemorações do aniversário de 50 anos desta conquista. Em entrevista à BBC, o neozelandês diz que não gosta do estilo comercial dos atuais montanhistas, que “não respeitam a verdadeira filosofia do montanhismo”.

Hillary disse que antes o montanhismo era uma disputa entre a montanha e os montanhistas. Agora, muita gente paga para chegar ao topo do Everest: “Pessoas pagando US$ 65 mil para serem levados ao topo da montanha por experientes montanhistas, eu pessoalmente acho que isto está longe de ser interessante. Isto não é realmente montanhismo”, afirma.

Outro lado – O neozelandês reconhece, porém, que o comércio no Everest resultou na melhora da vida dos sherpas (nepaleses da região do Himalaia). O aumento no número de montanhistas estrangeiros, segundo Hillary, resultou na construção de escolas e hospitais, além de garantir o abastecimento de água limpa para os sherpas. Ele afirma que os benefícios chegam muito mais por intermédio dos turistas do que por parte dos montanhistas.

“Eu acho que essas ações oferecem aos jovens da região a oportunidade de dar um passo adiante em suas vida e transpor as dificuldades naturais do meio-ambiente em que vivem”, diz.

Meio ambiente – Mas o montanhista lembra que os estrangeiros precisam ter mais cuidado para proteger o meio ambiente. Um dos principais problemas que vem influenciando na devastação da região, segundo o montanhista, é a retirada de árvores que são usadas pelos turistas como lenha para fogueiras durante as noites de frio. A prática é considerada ilegal mas ainda são registrados casos de irregularidades.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: maio 28, 2003

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