O mundo é formado por três quartos de água. A curiosidade em saber o que está escondido nesta parte imensa do nosso planeta existe no homem há milhares de anos, sendo impossível afirmar quando o mergulho começou a ser praticado. Sua história mistura esforços para se explorar distâncias e profundidades cada vez maiores e para se criar equipamentos que possibilitassem esta experiência.
A técnica mais primitiva prender a respiração e mergulhar já era usada na Antigüidade, em baixas profundidades, para a busca de alimentos nos rios e mares e de riquezas submarinas. Na Coréia e no Japão, por volta do ano 4 mil antes de Cristo, datam registros de mergulhadoras especialistas em coletar as pérolas, conchas e esponjas. Este mergulho era conhecido como Hae-Nyu e existe até hoje.
Pela guerra – Durante muito tempo, o mergulho foi usado com fins militares: resgatar embarcações naufragadas, cortar cordas de âncoras, perfurar barcos adversários ou como meio alternativo à terra para entrar no terreno inimigo. Não havia equipamentos específicos, mas já na época de Alexandre, o Grande, eram usados aparelhos no caso, um tipo de recipiente como um sino para facilitar a respiração embaixo dágua. O aparelho evoluiu para tubos (avós do que hoje é o snorkel), em ações predominantemente realizadas em guerras visando surpreender o inimigo.
Em 1500, Leonardo da Vinci desenhou o que pode ser considerado o primeiro aparato de mergulho combinando o suprimento de controle de ar com o controle da flutuação. Não há provas de que o equipamento tenha sido construído ou testado. Anos depois foram aperfeiçoados os sinos de mergulho. Este equipamento foi construído e patenteado no século 17 pelo astrônomo Edmundo Halley. Dali para frente, o objetivo era encontrar maneiras mais práticas e eficientes de mandar ar para o mergulhador.
O escafandro – O escafandro, roupa fechada alimentada por uma bomba manual que mandava o ar para um capacete de metal, equipado com válvula de saída de ar, foi inventado em 1819 por Augustos Siebe. Em 1866, o francês Benoist Rouquayrol, desenvolveu o SCUBA (Self-Contained Underwater Breathing Apparatus), ainda sem um suprimento de ar de alta pressão. O SCUBA foi descrito por Júlio Verne na Vinte Mil Léguas Submarinas.
No século 20, junto à evolução dos aparelhos, surgiram problemas e muitos casos fatais com a descompressão. O fisiologista inglês J. S. Haldame estudou mergulhadores e criou as tabelas de descompressão, com métodos de paradas numa certa profundidade por tempo determinado.
As tabelas foram aperfeiçoadas e até hoje são fundamentais num mergulho mais profundo. Criadas também as câmaras de descompressão, muitas mortes e doenças foram evitadas, abrindo caminho para que o homem conhecesse mais profundamente o mundo subaquático.
Nasce o acqualung – Na década de 40, os franceses Jacques Yves Cousteau e Emile Gagnan criaram o aqualung (“pulmão aquático”): o equipamento que possui cilindros de ar em alta pressão e regulador para o envio deste ar. Foi a maior revolução da história do mergulho, pois posteriormente o equipamento passou a ser comercializado em todo o mundo, abrindo a atividade a todos os interessados.
Hoje o SCUBA, com o aqualung, é o equipamento do mergulhador autônomo (que precisa de suprimento de ar), enquanto o mergulho livre é praticado apenas com o uso do snorkel, nadadeiras e máscaras.
Este texto foi escrito por: Sergio Costa, especial para o Webventure