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Hostels brasileiros apostam na tendência do turismo de experiência

Ir a São Paulo e passar o dia visitando museus é coisa do passado. Um número cada vez maior de turistas vem buscando formas originais de viajar. E o mercado, é claro, trabalha para atender essa demanda. O turismo de experiência, como é chamado, tem como objetivo proporcionar vivências capazes de levar os viajantes a mergulhar nos costumes de uma região. Aprender artesanato com os mestres ceramistas do Vale do Jequitinhonha (MG), produzir cerveja artesanal em uma fábrica de Porto Alegre (RS) e se hospedar em antigos quilombos na Chapada Diamantina (BA) são alguns exemplos.

O HI Hostel Aju, em Aracaju (SE), tem sonorização nos ambientes coletivos e reproduz músicas de artistas locais. Foto: divulgação

Com a especialização do mercado turístico, as viagens se tornaram práticas cada vez mais padronizadas, onde certos pontos turísticos e passeios são “obrigatórios”, ainda que os viajantes tenham interesses diversos. O turismo de experiência surge com a proposta de retomar o conceito de viagem como algo enriquecedor, que promove a troca de saberes entre as pessoas e permite ao turista conhecer locais e culturas que não teria oportunidade.

Esse tipo de turismo chegou ao Brasil em 2006 por meio de projetos organizados pelo Ministério do Turismo e diversas entidades na Região da Uva e Vinho, no Rio Grande do Sul. “O turismo de experiência busca proporcionar aos viajantes uma experiência pessoal, portanto única. Ela se materializa na vivência da gastronomia, cultura, lazer, esporte e demais atividades organizadas e oferecidas a partir de ‘autoridades locais’ que se responsabilizam e chancelam tais experiências”, explica o diretor de comunicação da HI Hostel Brasil, Eldon Clayton.

Além disso, o turismo de experiência busca atender o público de forma personalizada e por isso é uma tendência. Alguns hostels já perceberam que isso enriquece a hospedagem. O HI Hostel Aju, em Aracaju (SE), oferece uma série de recursos. “Temos uma van que leva os hóspedes para os pontos turísticos da cidade, em roteiros alternativos, além de bicicletas para passeio ciclístico. O hostel tem sonorização nos ambientes coletivos e reproduz músicas de artistas locais. Eventualmente, também convidamos um trio pé de serra para fazer um forrozinho”, explica o gestor do HI Hostel Aju, Rogério Brandão.

O turismo de experiência busca atender o público de forma personalizada e por isso é uma tendência. Foto: divulgação

Outro que também tem apostado no turismo de experiência é o HI Hostel 7, com unidades em Goiânia (GO) e Brasília (DF). No HI Hostel 7 Goiânia é realizado um evento semanal chamado Komburger, uma parceria com um grupo de jovens empreendedores locais que expõem seus produtos ao público, o que os permite a aproximação com as pessoas do hostel. Já no HI Hostel 7 Brasília, a cada 15 dias, acontece o encontro de food trucks, que oferece aos hóspedes a possibilidade de comer algo diferente e com qualidade, além de criar um ambiente descontraído.

“Já produzimos um evento chamado Sun7. O último, o Sun7 Cultural, reuniu cerca de 20 expositores de Goiânia trazendo para os hóspedes e comunidade local a chance de conhecer autores, escritores e pintores, além de participarem de oficinas de escrita criativa”, conta Eldon, que é também um dos proprietários do HI Hostel 7. Para ele, o conceito é novo ainda e está em um estágio embrionário, por isso a tomada de consciência e a apropriação do conceito são pontos cruciais nesse processo.

Este texto foi escrito por: Webventure