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Iate Clube do Rio de Janeiro faz 86 anos

Redação Webventure/ Vela

André Mirsky (foto: Theo Ribeiro/ Team ABN Amro)
André Mirsky (foto: Theo Ribeiro/ Team ABN Amro)

Desde 1920, o Iate Clube do Rio de Janeiro está presente na história da vela brasileira. Além de berço de grandes velejadores brasileiros, o local faz parte da vida da maioria das pessoas que o freqüenta.

A prova viva disso chama-se Eduardo Penido, primeiro velejador a trazer uma medalha de ouro olímpica para o Brasil. Na época, Penido já representava o Iate Clube do Rio de Janeiro e hoje ele passa quase que o dia inteiro entre seus barcos.

“Eu trabalho aqui no clube, tenho uma veleria, meus clientes estão todos aqui, meus amigos também. Volto para casa só para dormir. Para mim o clube é muito importante”, comentou o velejador.

História documentada – Outro que não sai do iate clube é André Mirsky. Tanto que o velejador resolveu escrever um livro contando toda a história do local. História da Praia da Saudade é um relato sobre a cronologia da vela brasileira, que tem como plano de fundo a praia onde fica o Iate Clube.

“Para mim o Iate clube é tudo. É aqui que estou todos os dias e que arrumo trabalho, além de saber das novidades. Acho que se o Iate Clube não existisse, eu não saberia o que fazer. Acordo todo dia de manhã e venho para cá, treino, ou monto o barco, faço alguma coisa por aqui”, contou o velejador.

Para ele, o local pode ser um grande celeiro de estrelas do esporte, só basta investimento. “Se um dia alguém do esporte, o COB por exemplo, descobrir que aqui é o berço de grandes velejadores, poderemos fazer uma estrutura olímpica. Com todas as classes na água todos os dias o esporte vai se desenvolver”, disse.

A seguir, André Mirsky conta um pouco do livro que traz a história do Iate Clube do Rio de Janeiro e da vela brasileira:

A Praia da Saudade, onde hoje é o Iate Clube, é um aterro. Fizeram um aeroporto aqui antigamente. Os hangares dos barcos antes eram dos aviões. Em 1903 o Fluminense Iate Clube fez a parte náutica e então eles fundaram o Iate Clube do Rio de Janeiro.

Juntei quase tudo sobre a vela brasileira, desde o começo. No Iate Clube Brasileiro, em Niterói, os primeiros barcos que vieram da Inglaterra começaram a velejar. Depois pesquisei o desenvolvimento de cada classe e todas as vitórias dos barcos do Iate Clube do Rio de Janeiro nas competições. Foi um trabalho completo, só que infelizmente não coube no livro. Só tínhamos 150 páginas e minha pesquisa deu mais de 400. Ainda tem muito material para sair.

No começo, a classe Star da década de 50 desenvolveu a vela competitiva. Depois os grandes campeões saíram daqui. Marcos Soares e Eduardo Penido, na década de 80, por exemplo. A classe Star sempre foi forte, com Gastão Brun e outros. Aqui é um pólo da vela brasileira.

Acho que os grandes momentos do Iate Clube foram os mundiais disputados aqui. Em 1996, de Star, o Alan Adler teve chances de ganhar, mas um lixo prendeu do leme e ele ficou mal. Na ocasião o Torben Grael foi bem também. Na época eu fui campeão mundial master, como proeiro. Para mim foi o máximo, que estava começando, conseguir correr um mundial aqui com 80 barcos. Quando se traz grandes velejadores para cá e o campeonato é um sucesso, é o ponto alto com certeza.

Todos que vêm para cá, sem exceção, elogiam o Iate Clube do Rio de Janeiro. Reclamam apenas da quantidade de lixo na Baía de Guanabara.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: março 19, 2006

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