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Iguana fica em 2º na penúltima especial do Mundial


Zé Hélio no incio do deslocamento aproveita o visual da Cordilheira dos Andes. (foto: Gustavo Mansur / Webventure)

Direto de Ritoque (Chile) – Após uma especial com cerca de 200 km o Mundial de rali chegou à pequena vila de Ritoque, na região litorânea de Viña del Mar, cerca de 150 km da capital Santiago. A penúltima especial do Por Las Pampas Rally, etapa sul-americana do Mundial, não trouxe surpresas. Mais uma vitória do francês Cyril Despres nas motos e do espanhol José Maria Servia nos carros.

Para os brasileiros, a melhor notícia foi o segundo lugar de Flávio “Iguana” que completou a etapa a pouco mais de quatro minutos do líder Cyril Despres. Na verdade “Iguana” vinha andando muito bem até ficar sem gasolina. Cyril Despres, que vinha logo atrás, parou para socorrê-lo e gentilmente cedeu um pouco de sua gasolina reserva para o brasileiro.

Mesmo assim “Iguana” teve de parar novamente e comprar alguns litros de um morador da região para conseguir alcançar o final da especial. “Eu cheguei aqui só no cheiro mesmo”, comentou aliviado o brasileiro ao atingir a meta final.

Cyril e Servia ganharam todas as especiais do Por Las Pampas Rally até agora. Nas motos, o francês da equipe oficial KTM não chegou a sentir a rivalidade de seu companheiro de time, o chileno Carlo De Gavardo, que mesmo antes de se acidentar no Deserto de Atacama já não vinha andando bem.

Recuperação – De Gavardo continua sua recuperação no Hospital dos Trabalhadores, em Santiago. O piloto chileno já está acostumado a acidentes em sua carreira. “Carlo guarda em casa uma coleção de radiografias com suas fraturas. Não é mesmo a primeira vez que a gente passa por um susto destes, mas ele sempre se recupera bem e rápido e não está sendo diferente desta vez”, explicou seu pai Giorgio De Gavardo, que continua acompanhando o rali ao comando da equipe de apoio da KTM.

Carros – A disputa que deveria ser acirrada entre o russo Alexander Khrol, correndo com uma Pajero Evolution, e José Maria Servia, da equipe Renault-Schlesser, acabou se restringindo a um passeio de Servia pelo Chile. Khrol veio até o Chile porque precisava ganhar o Por Las Pampas Rally para garantir os pontos necessários para conquistar o segundo lugar no Mundial. Mas não conseguiu superar o buggie de Servia em nenhum dia.

Ontem, jornalistas estrangeiros na prova e a equipe da Ralliart francesa, que faz o apoio de Khrol, brincaram com o fato do russo não ter conseguido os pontos para o Mundial. Todos os dias alguém o esperava no meio da especial com uma placa sinalizando a diferença entre sua Pajero e o buggie de Schlesser. Ontem, em meio a estrada de deslocamento, um trabalhador chileno esperava o russo com uma placa escrito “Popov, Siberia”, com uma seta em baixo. Uma alusão aos campos de trabalho forçado da Rússia comunista.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur*