‘Importados’ ficam entre os primeiros na etapa do Paulista

Ixion Geo na prova de slalom: masculino ficou em quarto na pontuação (foto: Débora de Cássia)

São Luiz do Paraitinga (SP) Os convidados não fizeram papel de coadjuvantes nesta primeira etapa do Paulista de rafting. As equipes paranaenses Ixion Geo (masculina) e Cachoeira Ixion Geo/Ensitel (feminina) e as cariocas Aventur (masculina) e Aventur’eiras terminaram entre as cinco melhores de suas categorias. As meninas da Ixion Geo deram show e superaram a Canoar Aquática, duas vezes campeã estadual, na pontuação.

“É uma surpresa até pra nós. Estamos juntas a apenas cinco meses e ainda em fase de treinamento visando o Brasileiro”, explica a capitã Mirela, professora de educação física e personal trainer. Ela faz também a preparação da equipe masculina da Ixion.

Mas a Ixion não disputa oficialmente com as paulistas, a vitória na etapa foi creditada à Aquática. Isso não diminuiu a festa da equipe. “O recado que eu deixo às meninas que saibam trabalhar em equipe, treinem muito e levem o rafting a sério para vencer os obstáculos”, destaca Mirela.

Na estrada – A superação de limites foi exigida até no caminho para a competição, numa viagem de microônibus que levou mais de 10 horas, segundo Daniel Spinelli, do time masculino. “Um diferencial foi que quisemos descer o rio na véspera, para conhecê-lo um pouco”, comenta. O atleta, que é um dos integrantes do recém-formado Comitê de Rafting da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), crê que não vai viajar tanto para competir no próximo Nacional, que poderá ser realizado em junho, no Paraná.

Também ‘estrangeiros’ neste Paulista, os times da Aventur são conhecidos desde o último Brasileiro, quando o masculino ficou em quinto e as mulheres, em segundo, assegurando a vaga para o Pan-americano que classificaria para o Mundial e acabou não sendo realizado.

E os cariocas? – “Só as nossas equipes competem. Não sei explicar porque não há outras no Rio, o rafting é bastante praticado lá. Na verdade, o que pesa é falta de patrocínio e dificuldades para treinar. Diferente de muitos times masculinos, formados por instrutores de rafting, cada uma de nós trabalha em outras áreas e conciliar isso com treino é complicado”, explica Talita, uma das Aventur’eiras.

A equipe protagonizou um drama logo após a descida de reconhecimento do slalom, penúltima prova de etapa, realizada ontem. O bote começou a vazar e algumas das atletas desanimaram e pensavam em fazer apenas mais uma descida, descartando a segunda oportunidade a que todos tinha direito. Mas discursos para elevar o moral da equipe acabaram com a dúvida. Talita foi atrás de um bote, que acabou sendo emprestado pelos meninos da Aventur.

“A organização cedeu um carro para buscar o bote e permitiu que o usássemos”, lembra a atleta. A disposição resultou no terceiro lugar no geral desta etapa. “Agora queremos participar de todos os campeonatos que vierem. Esperamos que sejam muitos.”


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