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Isabel Ficker avalia treinos com o novo técnico


Laura e Bel já sentiram modificações no treinamento com o novo técnico (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)

A dupla Isabel Ficker e Laura Zanni, que competem na classe 470, iniciaram os treinamentos com o novo técnico, o israelense Yogev Yosef. Ele desembarcou no Brasil no último domingo (3) e já colocou seus conhecimentos em prática para treinar as meninas.

“Ele já foi campeão mundial de 470 e treinava uma excelente velejadora que resolveu parar. Como ela parou, ele parou também e já que precisávamos de alguém para nos treinar e ele estava disponível, firmamos essa parceria”, comentou Isabel.

A timoneira da dupla disse também que esse ano teve que conciliar os estudos do último ano da faculdade com os treinos e, por esse motivo, Yosef veio para o Brasil apenas no começo de novembro. “Fiquei um mês só me dedicando aos estudos e consegui conciliar, não tive problemas com isso, tinha que terminar. Mas agora que acabou, posso me dedicar inteiramente à vela”, comemorou.

Treinamentos – O palco dos treinos é a cidade litorânea de Ilhabela, praticamente uma segunda casa para as velejadoras. Após três dias com uma nova didática, Ficker disse que já foi possível sentir diversas melhoras. “Mudamos muita coisa no barco, coisas que ele quis aprimorar. Não fazíamos errado, mas existem outros métodos mais fáceis e que dão mais resultados”, explicou.

Segundo ela, entre as técnicas aplicadas estão uma disposição diferente de um cabo para regular uma parte específica da vela e a forma de soltar a vela balão, por exemplo. Ela também comentou que a didática do israelense faz muita diferença. “Treinamos quatro horas por dia e depois fazemos uma reunião para avaliar. Um dos objetivos é fazer com que a gente entenda o porquê das coisas e não apenas dizer para fazermos porque ele diz e ponto final. Tudo tem uma explicação e isso é muito legal”.

O novo técnico vai acompanhar as meninas durante os próximos quatro meses, período no qual elas vão disputar o Campeonato Brasileiro e o pré-olímpico, antes de embarcarem para uma temporada na Europa. O Brasileiro será uma ótima oportunidade para colocar em prática o novo aprendizado e elas vão competir apenas para fazer um treinamento, sem o compromisso de pensar no resultado.

Já sobre a Olimpíada, a velejadora paulista contou o que pôde avaliar sobre a raia durante o período de um mês em que esteve na China. “É uma condição bem diferente da que temos aqui, pois não venta e o mar é super mexido. Foi uma condição em que raramente a gente veleja, então tivemos dificuldade em acertar o barco, para definir uma regulagem onde a velocidade fosse boa. Estávamos sem técnico e percebemos que em uma condição diferente é muito complicado ver as coisas de dentro do barco”, avaliou.

Entre os locais próximos à capital paulista com condições de vento parecidas com a de Pequim, a timoneira avalia a raia de Santos como a que mais se assemelha, com ventos fracos e muita onda. Porém, ela destaca que elas não podem se focar apenas na olimpíada, pois tem outros eventos importantes e com condições diferentes. “Temos que pensar que antes da olimpíada temos outros campeonatos completamente diferentes, então não adianta treinarmos só no vento fraco”.

Sempre simpática e bem humorada, Bel, como é chamada pelos amigos, brincou ao falar sobre a comunicação com o técnico. “A gente se comunica em inglês, aproveitamos para treinar, já que temos muitas competições internacionais. Mas ele já aprendeu algumas palavras em português, como Tô com fome e Meninas!, quando vai nos chamar (risos)”.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda