Izabel participará da Mini-Fastnet (foto: Arquivo Pessoal)
A brasileira Izabel Pimentel e seu barco Petit Bateau já estão na França. A partir do dia 17/06, a velejadora irá competir na regata Mini-Fastnet em dupla com o compatriota Felipe Loss, e depois a Mini Port Médoc e a Crono 6,50, em solitário. As três provas fazem parte de sua programação para cumprir as mil milhas em regatas, o que garantirá sua participação na 16ª edição da Transat 6,50 Charente-Maritime/Bahia 2007, a Mini-Transat.
A dupla, que está na cidade de Douarnenez, está correndo contra o relógio para realizar todos os ajustes e mudanças no barco a tempo da primeira competição. Já temos retranca e mastro, que haviam quebrado nas mil milhas que a Izabel fez no Brasil. Agora falta montar o barco e medir a estabilidade, mas como contaremos com a ajuda dos velejadores franceses, iremos conseguir, explicou Felipe.
Seu primeiro desafio, a Mini-Fastnet, terá 700 milhas e sairá de Douarnenez em direção a Inglaterra, retornando pelo farol Fastnet, um dos faróis mais famosos do mundo. A Mini-Fastnet é uma regata técnica e em dupla, e não precisamos chegar em primeiro, só chegar. Depois participarei da Crono 6,50, em solitário, e da Mini Port Médoc, 250 milhas, e dai se tudo der certo estarei enfim qualificada para correr a Transat 6,50, disse Pimentel.
A Mini-Transat – A 16a edição da Transat 6,50 Charente-Maritime/Bahia 2007, cuja largada será no dia 16/09, em La Rochelle, reunirá no total 84 velejadores, dentre eles 78 homens e seis mulheres. O trajeto terá no total 7.800 quilômetros e a chegada será em Salvador, na Bahia, pela quarta vez consecutiva.
O diretor de regata Denis Hugues falou sobre o trajeto da Mini-Transat e os principais desafios que os participantes irão enfrentar durante os 7.800 quilômetros de prova. Acompanhe sua análise abaixo.
O percurso da 16ª Transat 6,50 Charente-Maritime/Bahia não é uma novidade para os concorrentes. Serão 4200 milhas. Na primeira etapa os Minis vão atravessar o golfo de Gascogne. Nessa região tudo pode se passar muito bem se a meteorologia for favorável, com ventos de polpa. Mas é necessário ter atenção nessa parte da regata se cair uma depressão pelo sul-oeste. Na altura de Portugal, se os velejadores pegarem os alises portugueses, tudo pode acontecer muito rápido! Mas se os skippers se confrontarem com ventos contrários, a descida de Portugal risca de ser muito difícil com ondas fortes e regulares.
A segunda etapa que partirá no dia 06 de outubro da Ilha de Madeira levará os marinheiros para o hemisfério Sul. Para esta, eles deverão descer em direção as Ilhas Canárias onde não haverá nenhum ponto de marcação imposto. Será necessário então, ver as opções de caminho em função das condições meteorológicas. Na rota ao Cabo-Verde, haverá um ponto de marcação na Ilha de Maio, à leste do arquipélago. Em seguida, cabe a eles de se posicionarem e entrarem no famoso Pot au Noir. Uma zona de convergência intertropical onde os ventos do hemisfério norte encontram os do hemisfério Sul. É uma zona particularmente delicada onde os barcos podem ficar longas horas sem vento e de repente serem surpreendido por uma rajada de 50 nós.
Uma vez atravessado o equador, os concorrentes pegarão os alizes sudeste que os levaram até Salvador da Bahia. O ideal é passar mais a oeste do equador e do Pot au Noir. Em 2003, houve várias surpresas três dias antes da chegada. Alguns favoritos tiveram seus mastros quebrados tendo de suportar uma parede de vento, próximo a Bahia, que gerava ondas muito fortes Nada nessa regata é previsto. Todo tempo uma surpresa diferente. Evidentemente, todos os concorrentes serão esperados com o mesmo fervor do primeiro ao último sobre os piers de Salvador da Bahia.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: junho 11, 2007