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Já ouviu falar sobre a falcoaria? Conheça essa modalidade

Foto: Fotolia

A falcoaria, ou cetraria, é uma prática caracterizada por treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para a caça. Em geral pode-se dizer que é uma caça de aves e pequenos quadrúpedes. Estima-se que a modalidade é praticada desde 4000 anos a.C., como um esporte aristocrático, do qual participavam reis e membros das cortes.

A cetraria popularizou-se em Portugal, onde foi introduzida pelos berberes durante o domínio muçulmano, lá tornou-se uma espécie de tradição. Hoje a modalidade é encontrada em vários lugares do mundo. Em 2010, esta arte foi classificada como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

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Várias espécies de aves de rapina são usadas na falcoaria. Elas podem ser classificadas como asas largas, como as águias, búteos, gavião-asa-de-telha; asas longas, como os falcões e asas curtas, como os gaviões e açores.

No Brasil, a falcoaria é a responsável por amenizar um dos maiores problemas dos aeroportos. Vários aqui sofrem com aves que invadem suas pistas e mesmo seus espaços aéreos. Espécies como garças, urubus, pombos e gaivotas desconhecem os riscos de voar próximo às grandes “aves de metal”. Além de ser fatal para os animais, uma colisão com uma ave de grande porte pode gerar avarias em aviões e helicópteros, e, ainda pior, levar a graves acidentes. De acordo com a Infraero, os terminais de Confins, Pampulha, Galeão (Rio de Janeiro), Vitória (Espírito Santo) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul), já utilizam aves de rapina para espantar os “intrusos”.

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Nascidas em cativeiro, as aves treinadas têm comportamento solitário, típico de aves de rapina. Para mantê-las por perto, os criadores utilizam uma tecnologia de rastreamento com pequenos transmissores de rádio. Minas Gerais é um dos estados que se destaca na criação dessas aves. O treinamento delas é feito por etapas.

Na primeira, o adestrador, também chamado de falcoeiro, leva alimento, em uma luva, diretamente ao bico do animal. Depois, a ave precisa voar até o falcoeiro para pegar a comida. A seguir, uma isca feita de couro e que imita um bicho de verdade é apresentada, o que estimula os instintos de caça e desenvolve os movimentos da ave. Nas duas últimas etapas, o bicho caça uma presa real.

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O treinamento não tem um prazo estipulado para terminar, pois cada animal tem seu próprio tempo. Hoje no Brasil, a caça usando uma ave de rapina é permitida somente para controle de fauna e tratamento para reabilitação dos animais.

Quem se interessou pelo esporte e quer praticá-lo deve tirar uma autorização, para isso é preciso buscar a ABFAR (Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina).

Este texto foi escrito por: Carolina Abrantes