Vista áera do deserto do Jalapão (TO) (foto: Gustavo Mansur)
Muito cascalho, terra batida com pissarra, areião, trechos sinuosos com curvas de nível… e o deserto do Jalapão (TO). Estes são os desafios que pilotos de motos, carros e quadriciclos irão enfrentar ao longo do VIII Rally Internacional dos Sertões.
A mais importante competição da América Latina, percorrerá 5.290 quilômetros ao todo, sendo 2.044 de especiais – trechos cronometrados -, divididas em 12 etapas. O trajeto da edição 2000 cruzará os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Piauí e Ceará. Esta vai ser uma mistura de vários rallyes dos sertões. Por exemplo, no ano passado nós tivemos Quixada (CE). Em 1997, nós estivemos em Alto do Paraíso de Goiás. A área do deserto do Jalapão é conhecida, já andamos. Enfim, a organização juntou todos os tipos de terrenos , completa Luciano Cunha (Chevrolet Team), vice-campeão na categoria TT2 no ano passado.
As trilhas variam constantemente de uma etapa para outra, dependendo do estado. Mas uma em especial irá requerer uma atenção redobrada: o deserto do Jalapão (TO). Correspondente à oitava etapa, este trecho terá um especial longa de 500 km, ligando Palmas (TO) a Alto Parnaiba (MA). O terreno é uma variação de cascalho, pedras, terra batida e areião pesado. É muito arenoso, desgastante. É um lugar que acaba com o equipamento, explica José Hélio Filho, competidor de moto da categoria Superproduction e atual campeão do rali.
Outro piloto da Superproduction, André Sawaya, atual vice-líder do brasileiro de off road, afirma que o Jalapão tem de tudo, é bem complicado. Acho que vai selecionar os pilotos que seguirão na frente. Luciano também concorda que esta etapa irá definir as primeiras colocações. Não tenho dúvida de que o rali será decidido nesta especial de 500 km. O deserto do Jalapão é muito quente e o terreno exige muito do carro e, ainda mais, esta novidade de ter um pedaço dentro do Jalapão sem estrada, que você vai ter que se guiar por GPS (Global System Position). Quem não estiver muito bem preparado não vai conseguir sair.
O deserto do Jalapão é considerado o auge do Rally dos Sertões, quando os veículos, carros, motos e quadriciclos, atingem uma velocidade bem acima da média. Antes dele, os pilotos devem manter uma constante e não forçar demais o motor do veículo. Durante a travessia, devem tomar o máximo de cuidado para não levar um capote ou ser penalizado. No final do trecho, aproveitar para acelerar. É que nem uma maratona. Você vai no seu ritmo. De repente, no final, se precisar, dá um gás ou poupa, dependendo de como está, exemplifica Sawaya.
Os perigos do percurso deste ano, principalmente, do Jalapão, já são mais do que conhecidos, mas na verdade você conhece mais ou menos, sempre muda um pouco, finaliza Sawaya. O desafio maior é apenas uma pequena fração do rali, não se pode esquecer que a dificuldade sempre está presente. Todas as emoções do VIII Rally Internacional você acompanhará na cobertura on line da Webventure. Para saber mais sobre a prova, visite www.rallydossertoes.com.br
Este texto foi escrito por: Andre Pascowitch