Uma das praias mais bonitas do mundo está prestes a virar Parque Nacional e perder grande parte de seus visitantes. Isso porque o Instituto do Meio Ambiente e o Ibama querem preservar a beleza natural da praia, conservando assim apenas a fauna e a flora nativas no local.
A bela Jericoacoara, no Ceará, está enquadrada como Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1984. Mas, de acordo com o superintendente regional do Ibama, Romeu Aldigheri, a APA não vem oferecendo uma proteção a contento. De acordo com ele, a região encontra sérias restrições, como a falta de programas de educação ambiental, além de dificuldades de fiscalização por arte do Ibama e dos governos estadual e municipal.
O gerente executivo do Ibama em Fortaleza, Djalma Lima Paiva, já confirmou que o parque não é apenas um projeto. Só não se sabe ao certo quando o decreto será assinado pelo presidente da República, mas a área e o plano de manejo do parque já estão definidos. A área do futuro parque é de 53 Km² e o único acesso a ela será por Jijoca, município vizinho.
O futuro – A expectativa é que as coisas melhorem com a mudança de classificação, tanto do ponto de vista ambiental como sócio-econômico. A classificação de parques não permite propriedades particulares. Logo, a vila de pescadores, onde ficam as pousadas continuará como APA. Mas não se pode esquecer de que a principal fonte de renda dos moradores de Jeri pode ser afetada: o turismo.
Os passeios de buggy e caminhada pelas dunas poderão continuar, mas as trilhas serão organizadas e sinalizadas para minimizar o impacto sobre o meio ambiente. A pesca não deve ser afetada, pois a área do parque não se estende ao mar. A quantidade de pescadores que ainda resta em Jericoacoara é muito menor do que o número de bugueiros no local. Na ânsia de enriquecer com o turismo, muitas famílias de pescadores trocaram suas casas por buggies ou venderam seus terrenos.
Agora resta saber se o turismo vai continuar, já que os passeios motorizados são feitos dentro da área do futuro parque. O turista ainda poderá caminhar sobre as dunas e assistir ao belo pôr-do-sol na Pedra Furada.
Fontes:
Jornal O Estado de São Paulo
Revista Terra
Este texto foi escrito por: Camila Christianini