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Jordan Romero critica limite de idade para escalada do Monte Everest

Redação Webventure/ Montanhismo

Jordan acredita que Federação Internacional não quer atenção da mídia na China (foto: Divulgação/ Team Romero)
Jordan acredita que Federação Internacional não quer atenção da mídia na China (foto: Divulgação/ Team Romero)

Depois da conquista do Monte Everest (8.850 metros) por Jordan Romero, de apenas 13 anos, a Associação de Montanhismo da China e do Tibet, apoiada pela Federação Internacional de Montanhismo, resolveu limitar a idade para a escalada da maior montanha do mundo para montanhistas entre 18 e 60 anos. Sabendo da decisão, o jovem norte-americano criticou a postura das entidades, acreditando que há outros fatores além da preocupação com a segurança por trás da nova regra.

“Eu acho que a razão real da Federação Internacional ter colocado um limite de idade para se escalar na China é que eles não gostam da atenção que a mídia estava dando. O Tibet não é o local que eles querem que nós passemos notícias e que chame muita atenção, já que é um lugar muito precário em algumas regiões. Eles não queriam mais atenção para lá. Acharam que era o bastante”, afirmou Romero.

De acordo com o montanhista, os novos limites serão muito ruins, principalmente para o futuro das grandes escaladas. “Isso é ruim porque limita que novos escaladores e pessoas se interessem no esporte. Se o cenário já era complicado sem o limite de idade, agora ficou mais ainda”, disse Jordan.

Outros motivos – Além do limite de idade, Jordan apontou outros motivos para o cenário de escalada ser complicado e o número de montanhistas cada vez menor. O primeiro deles, segundo o norte-americano, é a necessidade dos atletas possuírem algumas características específicas para a prática.

“Não há muitos montanhistas no mundo porque escalar grandes montanhas é algo muito seletivo. Normalmente, são pessoas que não querem a ação imediata de alguns esportes, mas sim as pessoas que querem fazer algo mais tranquilo e com mais paciência, já que requer muito planejamento. E muitas pessoas não têm essas características. Além disso, requer muita preparação e confiança, para saber que é possível chegar lá”, explicou Romero.

O segundo empecilho apontado pelo escalador é a falta de patrocínio para novos atletas, algo que aconteceu com ele e sua família, que precisaram do apelo de sua cidade (Big Bear Lake, na Califórnia) para viabilizar a viagem.

“Falta um pouco de suporte de patrocínio para as grandes escaladas. Eu sou um exemplo disso, já que foi bem difícil para que eu e minha família conseguíssemos concretizar a viagem. Talvez porque o esporte ainda seja secundário e as atenções estejam voltadas para outras modalidades”, finalizou.

Este texto foi escrito por: Caio Martins

Last modified: julho 19, 2010

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