Jornalistas vivem emoções do Rally na própria pele

Jornalistas desempenham papel de navegador no Sertões (foto: Tadeu Fessel/VipComm)

Bacabal (MA) A emoção do Rally dos Sertões é descrita todos os dias nas centenas de reportagens produzidas pelos mais de 150 jornalistas que mostram ao Brasil e a vários países do mundo o que acontece na maior prova off-road da América Latina. Na edição 2004 da competição, alguns jornalistas estão sentindo na pele o que passam os competidores que se atrevem a desafiar os obstáculos naturais espalhados pelos mais de quatro mil quilômetros do Rally dos Sertões. A cada dia um representante da imprensa acompanha o piloto Norton Lopes como navegador.
Nesta quarta-feira, os competidores largaram de Imperatriz e chegou a Bacabal, no Maranhão, depois de duas etapas especiais. No total do dia, eles percorreram 514 quilômetros, no mais longo dia de competiçao. Para complicar ainda mais a vida de pilotos e navegadores, esta foi a segunda etapa maratona do Sertões, quando as equipes de apoio não podem mexer nos veículos. Nesta quinta-feira a caravana segue para Barreirinhas (MA), para mais 414 quilômetros. Serão 210 quilômetros em duas etapas especiais.

O carro da imprensa, que nesta quarta-feira teve como navegador o jornalista Marcos Copetti, do Jornal de Novo Hamburgo (RS), é patrocinado pelas empresas OI, Ipiranga e Mitsubishi. Nas cinco etapas disputadas até terça-feira, o veículo não fez feio e estava em 13o lugar na classificação geral, um resultado considerado surpreendente em função da pouca experiência dos navegadores.

“Está sendo uma experiência muito gratificante. Eu estou muito contente com o resultado. Fico feliz de ver a animação dos jornalistas antes das provas. Eles participam do briefing (reunião entre os pilotos e organização), estudam a planilha e demonstram muito interesse”, conta Norton, experiente navegador, que estréia como piloto nesta edição do Sertões.

Entre os jornalistas a repercussão também tem sido positiva, principalmente por poder sentir a emoção da prova. “É muito bom porque a gente consegue escrever uma matéria em primeira pessoa. Com esta aventura eu posso passar alguma coisa a mais nos textos que escrevo. Quem sabe não começo uma nova carreira?”, afirma Ilan Reismann, do Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro.

A dureza da prova foi destacada também pelo jornalista Kiko Menezes, da Sportv. “Acho que é o mais perto do limite que alguém pode chegar. Tudo correu bem, mas se tivesse mais uns dez minutos de corrida acho que não iria suportar”, afirmou o repórter. Sandro Gabardo, da Gazeta do Povo, do Paraná, andou na terça-feira e ressaltou a precisão com que as decisões precisam ser tomadas. “Não basta apenas indicar a direção. Tem de ser tudo no tempo certo, não há tempo para voltar e corrigir”, afirmou o jornalista, que enfrentou a maior especial do Rally dos Sertões com 330 km entre Araguaína (TO) e Imperatriz (MA).

Na etapa desta quarta-feira, Norton e Copetti enfrentaram 514 km de trilhas entre Imperatriz e Bacabal, ambas no Maranhão, com direito a duas especiais (trechos conometrados), de muita areia, erosões e travessias de rios.

Nesta quinta-feira, na etapa que vai de Bacabal a Barreirinhas, no Maranhão, o navegador de Norton será Abelardo Mendes, do Jornal de Brasília. Na sexta-feira, Luís Freitas, do Diário do Nordeste e na última etapa, no sábado, Zarhi El Malek, da TV Diário, de Fortaleza, é quem dará as cordenadas ao piloto.

Etapa desta quinta-feira – 08/07
Bacabal (MA) Barreirinhas (MA)
Total do dia: 414 km
Deslocamento: 104 km
Etapa Especial 1: 69 km
Deslocamento: 78 km
Etapa Especial 2: 144 km
Deslocamento: 17 km

Principais características:
Especial 1: Etapa praticamente em linha, com estrada abandonada, misturando trechos onde já até existiu asfalto, mas hoje é de terra. Os competidores passarão por muitas pontes de madeiras, algumas velhas, tornando a competição lenta. Erosões e depressões predominarão no dia.

Especial 2: Os 10 primeiros quilômetros dão a impressão que se está em uma estrada larga. Depois aparecem trechos de trial, as erosões e travessias de riacho. Em seguida voltam os trechos de areia. Nos 80 quilômetros finais vão predominar as depressões e as “poças secas”.