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Juca Bala adota estratégia para vencer o Dakar




Bamako (Mali) – Se depender da própria vontade, ninguém mais tira o título de Juca Bala na categoria motos de até 400 cilindradas do Rally Paris-Dakar 2001. O piloto brasileiro da equipe BR Lubrax já adotou uma estratégia para terminar a prova na ponta e conquistar o título para o Brasil: não correr riscos desnecessários.

Isolado na liderança da competição, Juca está com quase 9 horas de vantagem sobre o seu principal adversário, o piloto Nicolas Boyer (121 Honda). Ou seja, tem tempo de sobra para continuar fazendo uma corrida segura e evitar, assim, um acidente e até mesmo possíveis problemas mecânicos com sua Honda Falcon Rally.

Juca Bala sabe que “cabeça fria” neste momento é fundamental para a conquista do título. O brasileiro é um piloto muito rápido e sempre acelerou forte. Mas às vezes esse estilo de pilotagem agressivo para causar grandes dores de cabeça.

Ele não quer repetir o dramático acidente no Dakar de 1999, entre Bobo Dioulasso (Burkina Faso) e Mopti (Mali), quando atropelou uma vaca no deslocamento do rali, onde o trecho nem era cronometrado. Essa é a terceira participação de Juca na prova off-road mais difícil do mundo, mas ele nunca conseguiu terminá-la.

“Preciso agora saber administrar a liderança e poupar a moto para chegar a Dakar na primeira posição. Numa certa altura da prova é preciso cuidar da posição. O que tem de gente desistindo…”, afirmou Juca Bala, o único piloto da equipe BR Lubrax que ainda continua no Rally Paris-Dakar.

Prova de que o piloto está apenas administrando a liderança são os seus resultados nos últimos três dias. Na etapa de hoje, entre Nema (Mauritânia) e Bamako (Mali), com 776 quilômetros (214 cronometrados), ele terminou na sétima posição na categoria até 400 cilindradas e em 58o na classificação geral entre as 79 motos que largaram pela manhã. Antes, ele venceu praticamente em todos os trechos.

O Paris-Dakar, desde a largada na capital francesa em 1º de janeiro, já percorreu 9.068 quilômetros entre França, Espanha, Marrocos, Mauritânia e Mali. A caravana do rali entra no Senegal amanhã, o último país africano. A competição termina dia 21 de janeiro em Dakar. Mas para chegar até lá os pilotos ainda terão que rodar 1.757 quilômetros. E muita coisa pode acontecer…

Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro