Juca Bala no Paris Dakar 2000: experiência e tranqüilidade são fundamentais (foto: Divulgação)
Ele é um dos pilotos mais conhecidos do Brasil. Quem o observa, com seu ar tranqüilo e óculos vermelhos durante uma confraternização, com seus companheiros de off-road, talvez não descubra de primeira que se trata de um dos mais experientes pilotos de moto do país.
Joaquim Gouveia Rodrigues, ou Juca Bala como é mais conhecido, foi uma das feras presentes no Rally dos Amigos, prova realizada no último sábado na Fazendo Citrovita, em Rechã, próximo a Itapetininga (SP) e que contou com cobertura da Webventure. Juca irá para o próximo Rally Paris Dakar, o mais importante e perigoso rali do mundo. Para o piloto, a prova de Rechã serviu como mais um item na preparação para o desafio do Dakar, que começa no dia 1 de janeiro de 2001.
“Esse tipo de prova é importante como preparação porque você acaba passando pelas situações de estresse que irá enfrentar mais para frente. É possível experimentar a emoção da ultrapassagem e o risco de ser ultrapassado”, explicou Juca.
Além deste verdadeiro aquecimento psicológico, o piloto enfrenta uma rotina diária de treinos e cuidados. Musculação, hidroginástica, exercícios aeróbicos e uma alimentação equilibrada passaram a fazer parte de maneira mais intensa da vida do competidor nos últimos meses.
Medo de guerrilheiros – Nem os perigos do deserto, nem a ameaça dos outros pilotos. O maior medo de Juca Bala no Dakar 2001 é a ameaça constante dos guerrilheiros e grupos armados de luta política nos países por onde o rali passa.
“Na minha estréia no Dakar fiquei mais nervoso, temia coisas diferentes. Agora, eu acho que o maior risco é cair na mão de guerrilheros. Se eles te pegam, não têm muito a perder. Nós passamos por muitos lugares de conflitos durante a prova, onde a miséria acabou gerando uma violência terrível”
Como ter coragem para enfrentar todas essas ameaças? Juca Bala dá a sua receita: “acho que o pessoal do off-road é meio frio para certas situações. A gente está acostumado a dormir no meio do mato, passar apuros…o tempo faz a gente aprender a lidar com essas coisas. O melhor é ter pasciência e ir adquirindo essa tranqüilidade aos poucos.”
Este texto foi escrito por: Débora de Cássia