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Juca Bala fratura a mão e pode largar os Sertões

Gurupi (TO) – Definitivamente não existe favoritismo nos Sertões. Quem até anteontem confiava na segurança de Juca Bala para conduzir a
liderança das motos, ontem teve uma surpresa grande. Juca caiu na
segunda especial do dia. Foi atendido pelos médicos na própria especial e posteriormente recolhido por um dos helicópteros de resgate da UNIMED. O primeiro diagnóstico indicava uma fratura na
mão. No aeroporto o piloto chegou bastante desanimado e já falava
abertamente na possibilidade de abandonar a prova.

De qualquer forma o panorama das motos muda completamente com
a queda de Juca. O chileno Carlo De Gavardo passa a ser o favorito.
Ele teve um dia bastante favorável. “Foram duas especiais magnificas para mim. Quando vi Juca Bala parado na segunda Especial até pensei que era o motor, não imaginei que ele estava ferido”, afirma De Gavardo. O piloto tem estilo forte, caracterizado pela sua estabilidade nas Especiais.

Ontem dois acidentes preocupantes nas motos, além do envolvendo Juca Bala. O primeiro foi com Dimas Mattos, no deslocamento antes da primeira especial o piloto caiu. Sua moto ficou bastante avariada e ele foi levado para cá, em Gurupi (TO) no avião da organização. Outro acidente envolveu Rodrigo Chaves, piloto número 63, que foi levado para o Hospital de Base de Brasília de helicóptero com suspeita de fratura de bacia. A fratura ficou só na suspeita, o piloto está bem sem ferimentos mais graves.

Nos carros Paulo Vignoli fez as duas especiais com um ritmo muito bom. “Não estou me preocupando muito em manter a liderança do Rally. Fico mais concentrado em manter alguma regularidade até Fortaleza, pois
acho que isso é que vai fazer a diferença”, contou Vignoli ao final da primeira especial. Como todos os pilotos, ele chegou bastante cansado, reclamando muito do calor. Quem também reclamou, e muito, foi
Reinaldo Varella e Alberto Fadigatti da KIA. Fadigatti achou os dez últimos quilômetros da primeira especial uma “molecagem”. A trilha muito pesada danificou o Kia Sportage da dupla mas não impediu que eles seguissem com força para a segunda Especial do dia.

Nos carros, a cena mais impressionante foi com a Land Rover de Marcelo Zebra. O piloto rodou mais de 35 km com o pneu totalmente estourado. O que não impediu que ele continuasse pisando fundo na cola de Norton Lopes para a categoria Diesel. “Não queria nem saber, eu não podia parar”, exclamou Marcelo ao final da primeira Especial.

Ulisses Bertholdo também não teve um dia de sorte. Foi rebocado por Arilo Alencar no final da primeira especial. Mas a cena mais curiosa do dia foi com André Azevedo, navegador de Klever Kolberg. Klever
tentou largar para a primeira Especial mas o carro continuava com problemas no eixo, ainda reflexos do acidente de ontem. Ao que tudo indica voltou para Brasília e não se sabe se ele volta a correr amanhã. O mais provável é que não. Diante disso André não pensou duas vezes e pegou uma moto emprestada.

Também nas motos o calor imperou e o cansaço dos pilotos ao final do dia era evidente. Foi o dia mais longo do Rally, sob o forte calor de Goiás e Tocantins. Longos deslocamentos com poucos sinais de
civilização.

Hoje o Rally segue para Palmas (TO), capital do estado de Tocantins. Será um deslocamento curto, com uma Especial de 50km. Um dia mais tranqüilo para quem passou por tanta pauleira ontem.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur