Nema (Mauritânia) – A etapa desta terça-feira do Rally Paris-Dakar 2001 teve 499 quilômetros e todo o trecho foi cronometrado. Mais uma vez os pilotos tiveram que enfrentar vários tipos de terrenos, de pistas de terra batida a dunas e pedras. “Para variar, o trecho foi difícil e exigiu atenção redobrada na navegação”, disse o vencedor do dia e líder Juca Bala.
Segundo ele, uma das maiores dificuldades da etapa foi a vegetação da região. “As malditas ervas de camelo estavam por toda parte. Aqui esses bichos não morrem de fome”, brincou o piloto brasileiro. A planta forma pequenas moitas de mato que tomam conta do deserto e, às vezes, ficam tão duras como pedras. “É preciso tomar cuidado com esse matinho, aparentemente inofensivo”, conta Juca Bala.
Nada inofensiva foi a pedrada que ele levou durante a etapa especial de hoje de dois moradores locais. “Eles estavam agachados ao lado da trilha e colocaram pedras grandes no meio do caminho. Acho que eles queriam derrubar alguém para roubar. Mas neste trecho fui ultrapassado por Jean-Louis Schlesser, que ‘varreu’ a estrada, levando todas as pedras. Mas aí eles me acertaram no ombro”, reclamou Juca Bala ao chegar ao acampamento em Nema. “A sorte é que a pedra pegou no colete de proteção, mas mesmo assim doeu”.
A etapa desta quarta-feira começa na Mauritânia e termina no Mali, o terceiro país africano atravessado pelo Rally Paris-Dakar (Marrocos foi o primeiro). O trecho do dia terá uma especial curta (214 quilômetros), mas 776 quilômetros no total. “Amanhã vai ser uma viagem de moto”, afirmou o mecânico Luiz Azevedo, responsável pela manutenção da Honda Falcon Rally de Juca Bala.
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro
Last modified: janeiro 16, 2001