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Júlio Pieroni revela os segredos do PETAR 2001


Equipe na perna de bike durante o PETAR 2000; prova deste ano é um simulado para EMA. (foto: Marcelo Krings)

A etapa “PETAR O desafio das cavernas”, a segunda do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura (CBCA), que acontece nos dias 07 e 08 de abril, no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, interior de São Paulo, com cobertura do Webventure, promete ser um verdadeiro simulado para a Expedição Mata Atlântica 2001, marcada para novembro.

Mesmo sendo o terceiro ano consecutivo de realização de uma corrida de aventura na região (EMA 1999 e PETAR 2000), a prova trará muitas novidades com o objetivo de, segundo Júlio Pieroni, organizador da corrida, “servir como treino. Dentre as etapas do circuito, esta é a única com quatro integrantes por equipe, sem apoio, como será na EMA”.

Fora as informações já conhecidas, 130 km nas modalidades esportivas de trekking, mountain bike, canoagem (canoas canadenses e caiaques infláveis para dois), bóia-cross, técnicas verticais (rapel) e travessia em cavernas, orientando-se por cartas geográficas e bússola, Júlio revelou segredos importantes da etapa em entrevista exclusiva.

“A prova será muito técnica. Haverá complicadores que aprimoram as técnicas de corrida de aventura no sentido de logística, do caráter expedicionário, de você carregar suas coisas. Lá fora, isso é normal. Não será uma prova física. Estamos privilegiando a estratégia”, adiantou.

Divisão – Antes da largada, prevista para às 9h, na Pousada das Cavernas, as equipes receberão somente os mapas até o PC 1 (Posto de Controle) e, daí por diante, a cada perna será entregue o mapa correspondente. “Eles não irão mais traçar uma estratégia única para a prova inteira. Isso vai ser feito a cada entrega”.

Outra surpresa é a divisão da equipe logo no início. “Eles seguirão por caminhos diferentes. Dois deles irão fazer bóia-cross, trekking e canoa, enquanto os outros dois farão mountain bike, trekking e canoa. Essa divisão é para forçar as equipes a prepararem mais seus integrantes para todas as modalidades”, contou.

Travessias – Ao contrário do que a maioria dos competidores pensa, haverá duas travessias de caverna. A primeira, já divulgada pela organização, terá início com um rapel subterrâneo negativo de 98 metros. A segunda terá quase dois quilômetros de distância e “será mais difícil, com um trecho onde terão de nadar. Vai ser um momento da prova que as equipes técnicas levarão mais vantagem”.

Já estão inscritos 30 times. Entre eles, representantes do Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Uberlândia (MG). Como projeto sócio-ambiental, cada um deverá doar quatro quilos de alimentos, mais quatro de livros e de peças de roupas para o inverno. A organização espera que a primeira equipe termine a corrida depois de 21 horas de duração. “Vai depender do volume de água dos rios e de quanto tempo as equipes levarão para fazer a transição. Não sei quanto tempo demorarão por ser algo inédito ”, explicou Júlio.

Para ele, o desafio de organizar uma etapa inédita também lhe custa uma maior logística e fios a menos de cabelo. Porém, “é como eu posso contribuir com o esporte. Isso é uma tendência lá fora. Organizadores querem fazer uma prova cada vez mais difícil e não é necessariamente no terreno, na questão física que se consegue. A corrida passa ser mais difícil nos aspectos psicilógicos”.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch