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Ketch “Kathini”: Um barco europeu com alma brasileira

O ketch “Kathini”, um barco construído nas praias da Bahia e hoje registrado com o numeral BRA2788 na Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), tem uma história que atravessa continentes, unindo a tradição náutica do Brasil e da Europa. O barco foi idealizado e encomendado pelo inglês Charles Graham, inspirado pela conexão de sua esposa Analida com o Brasil.

Diante da proximidade com o país, Charles decidiu construir o veleiro nas proximidades da Baía de Camamu, na Bahia, entre 2010 e 2017.

A decisão de registrar o barco na ABVO surgiu da relação afetiva e do vínculo criado ao longo dos anos com o Brasil, onde o “Kathini” foi construído.

“Minha esposa é brasileira e temos uma casa na Península de Maraú, na Bahia. A tradição local de construção de barcos sempre me fascinou, e decidi que era o lugar certo para construir o ‘Kathini'”, relembra Charles.

A construção, liderada por carpinteiros navais locais e supervisionada por especialistas internacionais, levou sete anos e envolveu materiais importados de diferentes partes do mundo, como madeira do Estado de Washington e parafusos de bronze trazidos à mão do Reino Unido e dos Estados Unidos.

O “Kathini”, que leva o nome da mãe de Charles, é um ketch de 56 pés projetado para velejar ao redor da Baía de Camamu. Apesar de não ser um barco de cruzeiro com cabines, sua potência e versatilidade permitiram que ele participasse da regata REFENO, conquistando o segundo lugar em sua classe na travessia até Fernando de Noronha.

Atualmente, o “Kathini” está ancorado no Hamble River, no Reino Unido, e faz parte do renomado Royal Thames Yacht Club (RTYC). Charles se associou à ABVO em 2023, obtendo o numeral BRA2788 para o barco, que já participou de competições internacionais, como a Cowes Classic Yacht Regatta.

“Temos orgulho de associar o ‘Kathini’ à ABVO e de continuar levando um pedaço do Brasil para as águas europeias”, finalizou Charles.

Para Bayard Neto, comodoro da ABVO, é uma grande honra ter um barco como o ‘Kathini’ registrado no quadro de associados da entidade. ”A história deste ketch, que une a tradição brasileira de construção naval com uma trajetória internacional de sucesso, reflete a essência da vela oceânica: a capacidade de conectar culturas e superar fronteiras”.

”O fato de o ‘Kathini’ ter sido construído nas praias da Bahia e, ao mesmo tempo, competir em águas europeias, demonstra a versatilidade e a força do nosso esporte”. 

Sobre a ABVO

Fundada em 1955, a Associação Brasileira de Veleiros de Oceano é a única entidade de promoção da Vela de Oceano no Brasil. Braço oficial da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a ABVO é responsável por organizar competições anuais e contribuir para o legado de um dos esportes mais vitoriosos do país, tanto nas classes olímpicas quanto nas não olímpicas.

A ABVO tem o santista Bayard Umbuzeiro Neto como Comodoro, o bicampeão olímpico Torben Grael como 1º Vice-Comodoro, e Paulo Cezar Gonçalves, o Pileca, como 2º vice-Comodoro.

Dentre os objetivos da atual gestão, estão promover a otimização e a racionalização do calendário nacional, estreitar o relacionamento com os clubes para viabilizar eventos e agregar um maior número de barcos participantes das diversas flotilhas regionais, oferecer suporte técnico em todos os níveis para as competições, otimizar a apuração instantânea dos resultados e articular com o Governo Federal incentivos tributários e melhores condições para a importação de embarcações, entre outros.