Kleber está animado com a 10ª edição da prova (foto: Divulgação)
Faltando menos de uma semana para uma das maiores provas de rali cross-country do nordeste brasileiro, o diretor do RN 1500, Kleber Tinoco, falou com exclusividade ao Webventure e contou detalhes do percurso e dos principais desafios que os pilotos terão pela frente. A prova começa na próxima quarta-feira (10), com o início das vistorias técnicas, e se estende até domingo (14), quando será realizada a terceira e última especial. A prova é válida como quinta etapa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross-country para motos e quadriciclos.
Webventure – O que os pilotos podem esperar da 10ª edição do RN1500?
Kleber Tinoco – Uma prova com as características dos outros anos, uma grande diversidade de terrenos, terrenos difíceis, um roteiro muito bonito e especiais mais longas.
Quais as grandes novidades para este ano?
Acho que as especiais mais longas começam a mudar um pouco o perfil da prova. Sempre fizemos tudo passo a passo e tínhamos especiais em um tamanho seguro e adequado a todos os “tipos” de piloto. Aumentamos os tamanhos e começamos a incutir nos pilotos, principalmente os locais, a filosofia do cross-country, com longas distâncias, especiais mais duras e muita cabeça ao pilotar. Desta forma acredito que formaremos pilotos novos e conquistaremos mais adeptos para o rali.
Porque a opção por especiais mais longas?
Para tornar o rali mais interessante para todos, desde os pilotos com mais experiência até os inexeprientes, que podem ter o RN como escola e porta de entrada na modalidade que começa a crescer no nordeste. Se faço especiais muito longas, sacrifico os pilotos locais. Se faço curtas, não agrado aos outros. Equalizar isso é fazer especiais com tamanho médio e crescer progressivamente.
Onde os pilotos precisarão ter mais cuidado, tanto na navegação, quanto na parte mecânica?
A especial da praia (primeiro dia) requer cuidados com o equipamento e a especiais do seridó, no segundo dia, e do Trairi, no terceiro dia exigirão muita navegação. Mas o calor é um problema em todos os dias. O físico será muito exigido, principalmente na especial do seridó que é repleta de pedras.
A variação de terreno será uma característica da prova. Isso pode mudar os resultados e pegar alguns pilotos de surpresa?
Acho que sim, pois além da diversidade de terreno os pilotos vão ter que enfrentar uma navegação difícil e isso pode mudar completamente qualquer prognóstico.
Qual trecho será mais difícil para os pilotos?
A especial do segundo dia é a mais complicada. Serão 104,5 km de muitas pedras, calor e muita navegação. Sairemos de 83 metros de altitude e iremos até os 723 metros, no meio do sertão do seridó, o famoso sertão de pedras. Segundo os pilotos com experiência internacional, é exatamente igual ao Marrocos ou Tunísia. É o trecho mais africano dos ralis brasileiros.
O clima quente da região será um grande obstáculo para as equipes?
O calor é um problema. Nos três dias de prova os pilotos tem que ser rápidos e também devem saber poupar o equipamento, se não correm o risco de quebrar as suas máquinas no meio da competição.
O que você espera dessa 10ª edição?
Espero dar mais um passo e consolidar o RN 1500 como uma excelente prova, para carros, motos e quadriciclos e também para aqueles que seguem Rio Grande do Norte adentro junto conosco. Quero mostrar que o nosso estado é muito bonito em todas as suas regiões e que o rali cumpre um papel muito importante na sua divulgação. Eu gosto de deixar as pessoas a vontade. Além de uma prova boa, vão ter um belo feijão com arroz bem temperado e conhecer o sertão, que é maravilhoso.
O que os pilotos guardarão na memória da edição 2007 do RN 1500?
O roteiro é sem dúvida a maior lembrança que os pilotos têm de todas as edições, mas todos também concordam que o “espírito do RN 1500” é maravilhoso. Todos os participantes interagem e tornam-se amigos independentes da competição, isso é muito legal. Como décima edição, vamos tornar essas características ainda mais marcantes.
Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni