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Kleber Tinoco: Foi uma prova muito difícil de ser feita


Pilotos enfrentaram muitos atoleiros (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)

Programada para ser uma prova deslumbrante para os pilotos e o último grande teste dos veículos para o Rally dos Sertões, o RN 1500 viu a chuva e as enchentes causarem transtornos, cancelamentos e cortes durante os dias de prova.

Das quatro especiais programadas, nenhuma pôde ser realizada inteiramente, sendo que o segundo dia teve que ser totalmente cancelado. “Choveu muito mais que o previsto para o ano durante o período da prova. Nenhuma previsão do tempo apontou isso. Após o rali, não choveu mais em Natal”, comentou Kleber Tinoco, organizador da prova.

Inúmeros esforços da organização do evento não faltaram para fazer, nem com poucos quilômetros, uma prova inesquecível para os participantes. “Isso nos deu uma sobrecarga de trabalho muito grande e nos obrigou, durante o desenrolar do evento, a ir corrigindo e fazendo alterações que garantissem o desenvolvimento das especiais”, comentou Klebinho.

Na cidade de Cerro Corá (RN), um dos lugares por onde a prova passaria choveu, em apenas uma noite, 100mm. Moradores informaram que, durante todo o ano de 2008, a chuva acumulada foi de 800mm. “A região onde a prova passou foi muito castigada pelas chuvas. Temos mais de 30 municípios em estado de calamidade. Tivemos muitos trechos alagados e isso atrapalhou o desenrolar da prova, já que não é possível andar em estradas interrompidas por um rio”, lamentou Tinoco.

Diversas regiões por onde a prova passou estavam debaixo d´água. Rios e açudes não agüentaram o volume excessivo de água, transbordaram e transformaram as estradas em verdadeiras corredeiras.

“Foi uma prova muito difícil de ser feita”, finalizou o organizador.

Quando Deco Muniz, diretor de prova, desembarcou em Natal uma semana antes do início da disputa, ele e Klebinho comemoraram: “vamos começar essa edição com todo o trajeto pronto, sem nenhuma surpresa”. Mas as previsões estavam enganadas e a chuva começou a cair copiosamente no Rio Grande do Norte.

Na véspera da largada, Deco teve que refazer toda a primeira especial, achar novos caminhos e desenhar uma nova planilha. Mesmo assim, foi preciso fazer um corte, reduzindo o percurso para menos da metade.

“Isso nos obrigou a trabalhar muito mais e estávamos sempre mudando, alternando algumas coisas para tentar solucionar os problemas de roteiro que ocorreram”, afirmou Klebinho.

O segundo dia já havia sido cortado por causa de um imenso rio que se formou em uma estrada. Os pilotos largariam no mesmo local originalmente escolhido e a especial acabaria antes do trecho interrompido. Mas durante a conferência na manhã da prova, outro obstáculo estava intransponível. Após muitas conversas, decidiu-se largar no abastecimento e seguir até o fim da especial planejada inicialmente. Mas uma ponte que desabara naquela manhã, impediu qualquer novo planejamento e a especial teve que ser cancelada.

O terceiro dia, também refeito do original, foi planejado para duas voltas, tentando minimizar a baixa quilometragem até então. A primeira volta das motos aconteceu tranquilamente, mas o segundo carro a largar não conseguiu transpor uma travessia de açude, o que atrasou os outros competidores e impossibilitou uma nova volta, tanto para os carros, como para as motos.

O quarto e último dia foi planejado para ser realizado somente nas dunas, para não haver poças, rios e um novo possível cancelamento. Também programado para duas voltas, somente as motos executaram a especial, já que os carros recusaram-se a largar.

“Os objetivos foram plenamente atingidos na categoria Motos, pois funcionou perfeito e todos gostaram muito, mesmo sabendo que tivemos que cortar trechos e alterar roteiro, mesmo de última hora”, disse Klebinho. “Nos carros tivemos mais problemas, pois os cortes tiveram que ser maiores e existiram obstruções em funções de atolamentos e uma série de coisas”, concluiu.

Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni