Ainda abatidos pela perda por apenas cinco segundos do terceiro lugar do Tatra T0-815 de André Azevedo, ele e Klever Kolberg, os brasileiros de maior experiência e melhores resultados na competição, iniciaram, hoje, negociações visando a uma mudança de que melhore as possibilidades de vitória. O objetivo é fazer parte de alguma equipe estrangeira.
Logo depois do encerramento do Dakar, ontem, André teve uma conversa com a equipe russa Kamaz, que obteve o primeiro e o terceiro lugares na categoria, e foi muito bem recebida. “A diferença de peso e de potência nos deixa dependendo de um erro dos dois Kamaz e do Tatra da equipe oficial da fábrica para chegar ao pódio, e não é isso que
queremos. Estamos aqui para vencer”, afirmou Klever. Segundo André, a perda de patrocínio por parte da equipe russa simplifica muito as negociações, “mas ainda estamos começando a conversar”.
A equipe BR_Lubrax avaliou a participação em 2.000 como melhor do que no ano passado. Azevedo terminou o Dakar em quarto lugar entre os caminhões. Klever foi vice-campeão na Carros Maratona, na 11ª vez que o Brasil subiu ao pódio no rali mais famoso do mundo. Juca Bala, único brasileiro nas motos, abandonou a prova com problemas na sua KTM.
André, competindo ao lado dos checos Tomas Tomecek e Petr Vodak, se disse prejudicado por um curto-circuito que os deixou quase sem luz durante a noite, na última etapa, e pela quebra do parafuso do sistema de direção quando eles estavam em segundo e se aproximavam
do líder, o russo Vladimir Tchaguine.
“O curto-circuito ocorreu porque o ventilador do radiador, que é elétrico, travou de tanto tomar poeira”, lembrou ele. “Perdemos tempo para consertá-lo e a recuperação foi muito dificultada pela poeira levantada pelos veículos mais lentos. A quebra do parafuso da barra de direção surpreendeu o Tomecek e o Vodak, que trabalham na Tatra. Nunca
tinha acontecido antes. Mesmo assim, ficamos a cerca de uma hora e meia atrás dos vencedores; no ano passado, a diferença foi de duas horas e meia. Mas, no próximo Dakar, quero correr para vencer”.
Klever afirmou que ainda não se sabe de quase nada sobre a edição de 2001. “A entrevista do Hubert Auriol, hoje de manhã, foi uma análise deste ano. Ele acha que houve melhoras significativas, como a transmissão via Internet de todas as etapas, com o que eu concordo. Mas, do ano que vem, só se sabe que não vai ser mais de oeste
para leste, que vai do calor para o frio e deixou todo mundo resfriado. O mais provável é ir de norte para sul, mas esse roteiro passa por países com problemas políticos, como o Chade, e pela Mauritânia, onde vários concorrentes foram roubados por guerrilheiros no ano passado”.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 24, 2000