Klever (dir) e Pascal terminam o rali em oitavo na geral de Carros. (foto: Arquivo BR Lubrax)
Além do campeonato de Mingione, o Brasil festeja um resultado histórico na categoria mais badalada do Dakar: Carros. Klever Kolberg, comemorando 15 anos de participações no rali, escreveu o nome do país entre os oito melhores de todos os 109 inscritos neste edição. Nesta lista, a maioria dos nomes pertence a pilotos das superequipes oficiais de fábrica. O oitavo lugar é um resultado histórico para um brasileiro.
O gaúcho Kolberg mais uma vez teve a seu lado o navegador francês Pascal Larroque, que o ajudou na preparação final do Mitsubishi Pajero Full feita na França. Neste ano, dupla afinada começou a ter resultados a partir da primeira especial, na etapa 2, quando terminou na 12ª colocação. Se esta já era uma posição para se comemorar, o que dizer quando, no último dia do ano 2001, Klever foi o segundo mais rápido na etapa.
Com uma campanha bastante regular, o piloto só não ficou entre os 15 melhores em duas especiais das 16 realizadas. Aos poucos, foi ganhando posições na classificação acumulada: do já festivo décimo lugar, pulou duas colocações na última semana para terminar em oitavo. Na frente dele terminaram o campeão Hiroshi Masuoka (JAP), Jutta Kleinschmidt (ALE, campeã em 2001), Jean-Pierre Fontenay (FRA), Carlos Souza (POR), Saeed Al Hajri e o seu principal adversário, Luc Alphand. Todos também a bordo de Mitsubishi.
Contra o campeão de esqui – Para comemorar os 15 anos de participações no Dakar, Klever queria seu segundo título, afinal já havia sido campeão em 1993 na categoria Motos Maratona. Na entrevista coletiva concedida antes de embarcar para a França, ele mencionou Alphand como um de seus principais concorrentes neste ano. “Ele foi diversas vezes campeão de esqui, é um atleta acostumado a ganhar, não vai para brincar”, observou. A previsão foi correta. Alphand e o brasileiro disputaram a supremacia na categoria Super Production para carros a diesel, que era o objetivo de Klever, e terminaram em seqüência na geral, com Alphand em sétimo.
Kolberg, de 39 anos, começou sua carreira em 1986, participando de provas de enduro de regularidade na categoria motos. Entre 1988 e 1996, competiu na categoria Motos no Dakar, ao lado de André Azevedo com quem idealizou a Equipe BR Lubrax. Em 1997, fez sua estréia competindo com carro. O tempo para pilotagem é dividido com a administração da equipe, que incluiu neste Dakar 2002 Azevedo (caminhões), Luís Mingione (campeão na categoria Super Production para motos até 250cc) e Juca Bala (motos). O time terminou completo após mais de 10 mil quilômetros rodados no rali.
Mais Brasil – Juca Bala terminou o rali como 25º colocado, o melhor resultado do país na geral em duas rodas. Não conseguiu repetir o título na categoria Super Production até 400cc. Luizão Azevedo, da CDI Competições, foi o 47º na geral de Motos também estreando no Dakar como competidor. E, nos Caminhões, Azevedo foi o décimo na geral, tendo vencido as duas últimas especiais desta edição. Só dois pilotos do Brasil, ambos de moto, não conseguiram concluir a prova: Marcelo Quelho (CDI) e Armando Pires (Drakkar Normand).
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: janeiro 13, 2002