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Klever, Juca e André embarcam para o Dakar pensando em vencer


André Juca e Klever são os brasileiros da equipe BR Lubrax (foto: Divulgação / Juan Esteves)

Juca Bala fala sua expectativa para o Dakar 2000

Embora reconheçam que as dificuldades este ano serão redobradas, os membros da equipe BR Lubrax embarcam para a 13ª participação no Rally Paris Dakar pensando em vitória. Todos foram unânimes em afirmar que o objetivo este ano é vencer nas suas respectivas categorias. André Azevedo vai correr pela segunda vez com um caminhão tcheco da Tatra, Juca em seu segundo Dakar com uma KTM 660 corre na categoria Marathon, e Klever, junto com o francês Pascal Larroque também na categoria Marathon dos carros.

A equipe volta para as dunas do Deserto do Saara com animo e equipamentos reforçados. “Com a alta do dólar no início do ano, o custo geral da equipe duplicou. Por algum tempo realmente chegamos a cogitar a hipótese de fazer alguns cortes no time. Mas os patrocinadores foram muito corajosos e generosos, e bancaram esta alta de custos que permite que eu hoje possa anunciar uma equipe com moto, carro e caminhão”, confessou um aliviado Klever Kolberg.

Este ano Klever vai correr pela primeira vez com uma Mitsubish Pajero Evolution, que garante uma maior competitividade para o piloto na categoria Marathon. “É uma Evolution bem diferente da que usamos para as provas aqui no Brasil. Lá a gente não pode nem retirar o forro do teto ou o painel do carro”, explicou Klever. Junto com o seu tradicional companheiro de Dakar, o francês Pascal Larroque, contrataram o apoio da equipe francesa Ralliart, uma das mais fortes estruturas para apoio a pilotos de carro no Dakar. Além do superte da Ralliart, o que conta mesmo é a segurança da presença do caminhão Tatra com André Azevedo no comando. “Além de competir na categoria caminhões, é tranquilizador saber que se tivermos alguma emergência durante o caminho o caminhão com o André vai estar vindo pela trilha”, contou Klever.

Neste Dakar André terá como companheiros na cabine do caminhão os tchecos Tomas Tomecek e Petr Vodrak. O Tatra T-815 sofreu importantes modificações em relação ao último Dakar, quando André, Tomecek e a jornalista Leilane Neubarth terminaram na terceiro lugar do rali. O T-815 recebeu um reforço extra de potência, com um motor novo de 19 litros, capaz de desenvolver 610 cavalos e levar o caminhão, de 12 toneladas, a atingir velocidades perto dos 170 km/h. Além do motor novo, o Tatra de André ganhou um nova bomba injetora que dá ao caminhão um ganho de 70 cavalos em relação ao último Dakar. “Hoje para o Dakar eu não troco o caminhão por uma moto ou um carro. É um desafio novo. Por um lado dá mais conforto durante as grandes travessias, por outro é uma direção muito complicada e cansativa”, explicou André Azevedo. “No caminhão o mais difícil de tudo é freiar. Não adianta usar muito o freio do pé porque senão ele não acaba antes do final das longas especiais. Para parar o caminhão tem que saber usar bem as mudanças de marcha. No Dakar é fundamental saber poupar o veículo”, comentou André.

Já para Juca Bala, que participa do Dakar pela segunda vez, o mais importante nesta edição do ano 2000 será a experiência adquirida. “No ano passado eu cometi erros em detalhes que só mesmo a falta de experiência pode explicar”, comentou Juca. A expectativa criada em torno de sua participação no Dakar 1999 acabou sendo um ponto de pressão sobre Juca, que sentiu na pele a necessidade de dar uma resposta a altura. Para o Dakar 2000, além da mais experiente, Juca tem se esforçado para aprender algumas palavras de francês, lingua oficial do Dakar. “O André e o Klever tem sido professores muito pacientes”, brincou. Este ano Juca volta a correr com a KTM 660, com a responsabilidade de ser o único brasileiro correndo entre as motos do Dakar. Sobre o acidente com a vaca no ano passado que o tirou da competição, Juca prefere nem comentar o assunto para não dar chance ao azar. “No Rally dos Sertões de 1998 eu comentei brincando, no vídeo do rali, como é que se faz para atropelar uma vaca. Não deu outra, seis meses depois eu dei de cara com um vaca em pleno Dakar. Este ano, por via das dúvidas, eu não comentei nada sobre nada”, confessou Juca.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur