Dakar (Senegal) – A caravana do rali chegou hoje (12/01) ao seu destino, a cidade de Dakar, e com mais resultados positivos para os brasileiros. Todos os integrantes da equipe BR Lubrax venceram em suas categorias na penúltima especial da competição, que encerrou a “etapa-maratona” após aproximadamente 1.500 km.
André Azevedo e os checos Tomas Tomecek e Mira Martinec venceram a geral da categoria Caminhões com um Tatra. Na soma dos tempos das duas especial da “maratona”, Kolberg, ao lado do navegador francês Pascal Larroque, foi o mais rápido na Super Production para carros a diesel com um Mitsubishi Pajero Full. Juca Bala (Honda Falcon Rally), que já havia vencido ontem, ganhou novamente entre as motos até 400 cilindradas. E Luiz Mingione, ao guidão de uma Honda Tornado Rally, conquistou o primeiro lugar na Super Production entre as motos até 250 cilindradas e pode se tornar campeão da categoria neste domingo.
Como foi a especial – Com 165 km cronometrados, o trecho Kiffa-Dakar foi a segunda fase da etapa “Maratona”, com dois dias de duração, ontem e hoje. Na geral, durante esta especial, Klever fez o sétimo melhor tempo entre os Carros. Juca, que havia sido o 11º ontem, hoje foi o décimo mais rápido. Mingione ficou na 43ª posição. E Luizão Azevedo, da CDI Competições, foi o 48º.
Entre os brasileiros que largaram, só dois deixaram a competição. O primeiro piloto a voltar mais cedo para casa foi o paranaense Marcelo Quelho, também da CDI. Numa etapa no Marrocos ele sofreu um acidente e teve a clavícula quebrada. Depois foi a vez do carioca Armando Pires, da Equipe Drakkar Normandia. Desidratado e estafado, o piloto acionou o resgate da organização antes da chegada ao acampamento do Tichit, na Mauritânia. Ele ficou três dias internado em uma clínica de Dakar e seguirá neste sábado à noite para Paris.
Inimigo invisível – Na etapa deste sábado, um adversário invisível não deu trégua aos pilotos de motos, carros e caminhões: o sono. Foram dois dias de prova, com um pequeno intervalo para descanso. Luiz Mingione e Luiz Azevedo, por exemplo, chegaram por volta das 22 horas ao acampamento em Kiffa. Às 23h30, sem que pudessem dormir, largaram novamente para um trecho com mais 1.011 quilômetros até Dakar. “Confesso que estou esgotado. Se o rali tivesse mais dois ou três dias, acho que eu não conseguiria chegar ao final. Eles (organizadores) estão testando todos os nossos limites”, concluiu Mingione, estreante no Paris-Dakar.
Na primeira parte da “maratona”, realizada na sexta, a chuva pegou muita gente de surpresa. “Eu nem tenho pneus especiais para barro. Ninguém espera correr na lama em pleno deserto africano”, contou Kolberg, explicando os motivos por ter atolado duas vezes entre Tichit e Kiffa. “Além disso tivemos outros problemas. Num trecho de apenas 467 quilômetros, o pneu saiu da roda três vezes devido a um defeito no sistema de controle de pressão, que permite encher e esvaziar os pneus com o carro em movimento. Nas dunas, por exemplo, o veículo tem melhor performance com os pneus murchos.
Última cena – Neste domingo haverá a última etapa da maior competição off-road do mundo, com apenas 31 quilômetros cronometrados em Dakar. A largada será na praia da capital senegalesa. Depois o circuito se desenvolverá entre dunas e vai percorrer as margens do Lago Rosa, na periferia da cidade. Esta será a etapa mais curta de toda a prova, que começou dia 28 de dezembro, em Arras (FRA), e atravessou cinco países da Europa (França e Espanha) e África (Marrocos, Mauritânia e Senegal).
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 12, 2002