Klever falou das alternativas para o Dakar 2011 (foto: Divulgação/ Vitor Sendra)
Depois de 17 dias de Rally Dakar na Argentina e no Chile logo no início do ano, uma incógnita na cabeça dos organizadores, equipes e patrocinadores surgiu: onde seria realizada a edição 2011 do maior rali do mundo. Passados dois meses desde o fim da disputa, as mesmas indecisões ainda rondam o destino do evento do próximo ano.
Segundo o piloto Klever Kolberg, que em 2010 estreou um projeto de etanol brasileiro na competição, o veredicto final não deve ser tomado tão cedo. A incerteza sobre o destino da próxima edição deixa centenas de pilotos na expectativa. Esta demora talvez se deva a múltiplos fatores que devem ser avaliados, disse o piloto.
Para complicar ainda mais, uma série de fatos aconteceu recentemente, entre eles os terremotos no Chile, algumas brigas entre países que possivelmente seriam sedes e também ameaças terroristas. Eventos recentes devem ter complicado ainda mais a decisão da ASO – organizadora da prova. Seu diretor, o francês Etienne Lavigne, tem nas mãos uma equação um tanto confusa para resolver, explicou Kolberg.
Hipóteses – Desde o término na edição deste ano, três hipóteses de regiões foram dadas para o destino do rali. A primeira delas seria manter a prova na América do Sul. No entanto, de acordo com Klever, esta opção acabou sendo atrapalhada devido aos acontecimentos do fim de fevereiro.
Uma das possibilidades era a permanência na Argentina e no Chile. Este último, inclusive, manifestou grande interesse em assumir a largada ou a chegada da competição. Entretanto, o trágico terremoto que abalou o país talvez mude as prioridades do novo governo que acaba de tomar posse. Especula-se que o Chile teria de investir cerca de sete milhões de euros para sediar o evento pelo terceiro ano consecutivo, disse.
A segunda alternativa para o maior rali do mundo seria o retorna à África, cruzando as fronteiras de Tunísia, Líbia e Egito, países que, teoricamente, estariam livres das ameaças que obrigaram o cancelamento da edição 2008.
A alternativa parecia viável, já que após um longo e conturbado relacionamento da Líbia com a Europa Ocidental e também com os Estados Unidos havia uma certa harmonia. No entanto, ela foi afetada novamente pela tensão que recomeçou, e a Líbia declarou embargo comercial e econômico à Suíça, uma semana depois de Muammar Khadaffi, líder libanês, ter convocado uma luta armada contra o país europeu. Esta tensão pode afetar uma provável nova rota para o Dakar, ou até mesmo causar a proibição da presença de pilotos, equipes, jornalistas e membros de staff de algumas nacionalidades, que teriam negado os vistos de entrada na Líbia, explicou Klever.
A última opção, considerada a menos provável, seria voltar ao percurso de Paris a Dakar, capital do Senegal, percurso original da competição. Esta alternativa parece pouco provável, já que tanto os competidores como os patrocinadores não estariam dispostos a correr os riscos de enfrentamento com grupos armados locais ou até mesmo ameaças da Al-Qaeda, finalizou o piloto.
Este texto foi escrito por: Webventure