O piloto Klever Kolberg ainda não engoliu a justificativa da organização para a paralisação por dois dias do Rally Paris-Dakar, nas etapas que antecederam o dia de descanso. Segundo os responsáveis pelo rali, a segurança dos competidores ficaria em risco caso as especiais dos dias 10 e 11 fossem realizadas.
Havia a suspeita de que um grupo de guerrilheiros estivesse em Mopt, no Mali, pronto para atacar os pilotos. Para nós ficou a dúvida, pois não vimos qualquer movimento estranho, explica Klever, que competiu junto do navegador Lourival Roldan em uma Mitsubishi Pajero Full.
Para o piloto da equipe Petrobras Lubrax, a edição 2004 do Paris-Dakar foi uma das melhores em relação à segurança. Não tivemos o mínimo problema com hostilidade, nem furtos. Com certeza foi o melhor ano de todos quanto à tranqüilidade e por isso estranhamos ainda mais a parada, garante.
Bem adaptados ao deserto africano e andando forte, Klever e Lourival tiravam naquele momento a diferença para seus concorrentes diretos na classificação geral. Até por isso, a paralisação do rali não poderia ter sido pior. Estávamos muito bem e perdemos uma ótima chance de subirmos ainda mais.
Desculpa – Klever Kolberg acredita que a parada por dois dias do Paris-Dakar ocorreu para evitar um número ainda maior de desistências. A organização perdeu a mão na dificuldade do rali. Esse ano estava muito complicado, afirma o piloto.
Aí, como o rali ainda não havia chegado ao meio e, pelo regulamento, só tinham 23 carros na disputa, eles preferiram dar um refresco geral cancelando as especiais desses dois dias, opina Klever, lamentando a decisão.
Entre os brasileiros, o único beneficiado foi o Jean Azevedo, que estava sentindo muitas dores no ombro e pôde se recuperar. Talvez ele não tivesse conseguido ir até o fim caso se não existisse a parada, finaliza o 11º colocado na classificação geral dos carros.
Este texto foi escrito por: Webventure