Tive de parar 25 vezes com problemas no sistema de controle da pressão dos pneus. (foto: Luciana de Oliveira)
Ao conquistar a oitava colocação na geral de Carros do rali Paris-Dakar 2002, a melhor que um brasileiro já obteve, o piloto Klever Kolberg, é claro, quer mais. Para ele, chegou a hora de entrar para a elite do Dakar, formada pelos cinco primeiros. Antes disso, sabe que terá de passar para um grupo intermediário, dos “semi”, como ele mesmo diz.
“Tive conversas com o chefe da equipe Mitsubishi e o preparador dos carros deles. Querem preparar um veículo mais competitivo para a próxima edição”, conta. Klever já corre com uma Mitsubishi Pajero Full, mas não faz parte da equipe oficial da fábrica, que inclui o campeão deste ano, Hiroshi Masuoka, a campeã de 2001 e vice em 2002, Jutta Kleinschmidt, além de Kenjiro Shinozuka e Jean-Pierre Fontenay, que ocuparam as demais primeiras colocações no rali.
Este próximo degrau o colocaria na situação, por exemplo, do português Carlos Souza, que possui um carro preparado pela mesma equipe dos ´top4´, mas ainda não ao ponto de competir com eles de igual para igual. “Quem sabe em 2003 o Carlos entre para este grupo mais seleto e outros pilotos poderão ficar neste intermediário. É uma questão de dinheiro, mas também de competência. Eles não preparam o carro de qualquer um.”
Os recursos do carro foram um diferencial para o brasileiro na disputa pelo título da categoria Super Production para carros a diesel. Tanto ele quando o principal adversário, Luc Alphand, campeão mundial de esqui e que também estava a bordo de uma Pajero, tinham dentro do carro um sistema para controlar a pressão dos pneus. “Para o Luc, não houve nenhum problema. Eu tive de parar 25 vezes por causa de falhas nesse sistema. Me custou muito tempo e até colocação perdida. Foi a diferença porque ele e eu estávamos fazendo tempos muito parecidos.”
O título nos carros continua uma meta para Klever, que chegou a dizer que até 2010 quer ser o campeão do rali. Ele começou no Dakar competindo com motos, ao lado de André Azevedo. Foi campeão na categoria Maratona em 93. Quatro anos depois, mudou para a categoria Carros, chegando a vice-campeão da Maratona em duas edições: 1999 e 2000.
Parceria – Em 2003, além da expectativa de ficar entre os primeiros colocados, Klever terá um novo navegador no Dakar, Lourival Roldan, que é seu companheiro nas provas nacionais desde 2000. “No Dakar você tem que ter o navegador certo e eu contratava o francês Pascal Larroque porque ainda não tinha encontrado um brasileiro com esse perfil, até começar a competir ao lado do Lourival”.
A dupla ainda tem como objetivos para 2002 vencer o Rally dos Sertões, em julho/agosto, a Copa Baja e o Brasileiro de rali cross-country, campeonato em que Klever e Lourival foram vice-campeões em 2001.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: janeiro 16, 2002