Carlo de Gavardo da KTM Racing (foto: André Chaco/ www.webventure.com.br)
Direto de La Cumbre (Argentina) – A tão esperada especial de 600km do Rally Por Las Pampas, que acontece de 1º a 5 de novembro, aconteceu hoje (03/11) no norte da Provincia de Córboba, na Argentina. A prova foi considerada a mais difícil deste rali, que é também a etapa que fecha os mundiais da FIA e FIM.
Foram 806,59km no total, somados, deslocamentos e a especial, que foi dividida em três trechos devido à necessidade de abastecimento. Um exemplo são as motos brasileiras de 450 cc, que tem capacidade de 28 litros e uma autonomia de 240 quilômetros. Só no primeiro trecho de hoje eles rodaram 217km, e no total 634,25km de especial e mais 11,39km de Neutro e 160,95km de deslocamento.
Os melhores em motos hoje foram os três pilotos da equipe KTM Racing: o sul-africano Alfil Cox, que fez o tempo de 12h48m12s. Em segundo o chileno Carlo de Gavardo, com 12h48m15s, e o austríaco Lee Palmer, com 12h59m32. Dos seis brasileiros que competem, o melhor foi Sylvio Barros, que fez a especial em 13h22m13s.
Seca, vento e menos brasileiros – A região escolhida foi o extremo norte da Provincia de Córdoba, com uma paisagem seca e quase agreste, em que o vento chegava a desequilibrar as pessoas dos vários vilarejos que de pé assistiam à passagem dos velozes carros e motos.
Dos seis brasileiros que participam, dois não largaram. Ramon Volkart (ASW Rally) não estava bem desde ontem, quando parou no Neutro em Mina Clavero devido à insolação. Já José Hélio Rodrigues (ASW Rally), numa maré de má sorte, foi até a largada em Cruce a Masa. Na fila para sair, Zé percebeu que seus equipamentos de navegação estavam com problema e avaliou que a dor na perna (devido a uma queda ontem) não mereceria a largada. Sendo assim, não largou.
Com dois a menos, a caravana brasileira mesmo assim fez bonito no rali. Sylvio Barros (Podium Racing), que no prólogo teve de empurrar a moto, ficou hoje em oitavo lugar, com 13h22m14s. O piloto se perder um pouco e chegou no neutro para abastecimento com 250 quilômetros rodados, ou seja, quase sem combustível. Carlos Ambrósio (Podium Racing) também andou bem e ficou em décimo segundo.
Dimas Mattos fez uma boa especial, ficando em décimo terceiro, com alguns quilômetros atrás por ter se perdido. No primeiro trecho, ele chegou a cair e perdeu algum tempo com isso. E Marcos Moraes (Dunas Race), terminou a especial mais tarde, com os carros.
Classificação geral das motos
3ª etapa
Deslocamento 123, 56km
Especial 634,25km
Total 806,59km
1) Alfie Cox (Superproduction/ África do Sul) 12h48m12s
2) Carlo de Gavardo (Superproduction/ CHI) 12h48m15s
3) Lee Palmer (Superproduction/ Áustria) 12h59m32s
4) Jacek Czachor (Superproduction/ POL) 13h02m08s
5) Marcelo Mitti (Production/ ARG) 13h05m01
8) Sylvio Barros (Production/ BRA) 13h22m14s
12) Carlos Ambrósio (Production/ BRA) 13h56m18s
13) Dimas Mattos (Superproduction/ BRA) 13h56m34
22) Marcos Moraes (Production/ BRA) 15h56m56
Marcos Moraes (Dunas Race/Bike Box) também sofreu uma queda durante a primeira etapa. Estava numa curva e toquei no freio, a moto escorregou e perdi o controle. Bati o capacete no road book (painel de comandos de navegação), que ficou bastante danificado, contou.
Como o painel leva, entre outros itens, a planilha espécie de mapa com a direção a seguir -, Moraes rodou mais de 100 quilômetros navegando com a planilha na mão para chegar ao ponto neutralizado, onde havia assistência mecânica.
O pilotos tinham uma hora para percorrer o trecho neutralizado, tempo suficiente para um breve descanso, reabastecimento e fazer a manutenção das máquinas. Com a moto recuperada do tombo, Marcos saiu para a segunda parte do dia. Novamente completou o trecho enfrentando problemas.
Desta vez o banco da moto se soltou, bem como um tanque de combustível reserva que leva na parte traseira da motocicleta. Mais uma vez fez a manutenção e continuou na prova. Carlos Ambrósio (Pódium Racing) levou dois tombos ainda na primeira etapa.
Após o susto, os brasileiros conseguiram concluir os três trechos do percurso cronometrado mais longo do mundial na Argentina e chegaram bem a La Cumbre, pequena cidade turística que está sendo usada como base do Las Pampas.
Quem não teve história para contar foi José Hélio, que nem chegou a largar. Ainda sentindo dores de uma queda que sofreu no dia anterior e alegando problemas com os equipamentos de navegação, o piloto preferiu não correr. Ramon Volkart também ficou em La Cumbre. Na terça-feira ele passou mal durante a etapa e preferiu descansar. Os dois são da mesma equipe (ASW Rally Team).
Este texto foi escrito por: Cristina Degani
Last modified: novembro 3, 2004