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Levantamento do percurso: onde começa o rali

Redação Webventure/ Offroad

Belas paisagens  como sempre  estão garantidas no percurso do Sertões. (foto: Marcelo Krings / Arquivo Webventure)
Belas paisagens como sempre estão garantidas no percurso do Sertões. (foto: Marcelo Krings / Arquivo Webventure)

Depois de enfrentar caminhos de pedra, areia, piçarra e poeira, além de rios, pontes e cidades, o Rally dos Sertões comemora dez anos de existência em 2002. Nesta décima edição, serão dez dias de aventura, percorrendo cinco estados brasileiros – Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Ceará. Para comemorar o aniversário de uma década, o rali vai passar por cidades históricas, turísticas e, também, rever trilhas que fizeram parte do evento ao longo destes anos.

Muita gente deve se perguntar quem é que encontra tantos caminhos por esse sertão do Brasil. O trabalho é duro e começa assim que o Rally dos Sertões acaba. A organização tem apenas um mês de descanso, depois coloca o pé na estrada de novo, para preparar as aventuras do próximo Sertões.

A equipe responsável pelo levantamento das trilhas é formada por Marcos Ermírio de Moraes, diretor geral da Dunas Race; Simone Paladino, diretora comercial e de produção da Dunas; Rêmulo Moreira, um goiano que há cinco anos faz este trabalho; e Du Sachs, que, além do levantamento, também é responsável pelas planilhas do rali.

Pesquisar as regiões, parques, histórias e caminhos. Sair a campo e marcar tudo no GPS, além de passar por estradas sem saída e pontes caídas. Este é um pouco do dia a dia das pessoas que escolhem as trilhas do sertão. “São inúmeros os fatos que acontecem em um primeiro levantamento. Eu e o Marcos temos histórias destes cinco anos em que fazemos o levantamento juntos para o Sertões que, com certeza, daria um bom livro”, afirma Rêmulo.

Alguns itens são observados para a escolha de uma boa trilha: tipo de piso, grau de segurança, tamanho e técnica; deslocamento versus especial; número de especiais e extensão das mesmas. Regiões novas, trilhas técnicas com todos os níveis de dificuldade e beleza natural, com 90% das trilhas inéditas também estão entre os principais fatores na escolha do percurso.

Depois que todos os caminhos são escolhidos, entra em cena o responsável pela planilha. Desde o ano passado, Du Sachs faz a planilha do rali, trabalho que exige muita calma e conhecimento, uma vez que a exatidão do desenho evita acidentes.

“Neste ano a prova é mais técnica e muito seletiva. Vai prevalecer o conjunto: acelerar na hora certa e poupar muito o equipamento até o último dia”. Esta é a dica de Sachs para pilotos e navegadores.

Para Rêmulo, o décimo Rally dos Sertões será um dos mais técnicos, com situações para agradar a todos os gostos, com pedra, piçarra, cascalho, areia leve e pesada, asfalto.

Site oficial de cobertura on line da prova, o Webventure traz as principais características dos dez dias do rali. Confira:

25/07 – Goiânia (GO)/Pirenópolis (GO)
Especial de 88 km
– Início da trilha com bastante pedra e muita navegação, uma especial técnica e que exigirá muito do equipamento e do navegador. Há o risco de sofrer perda de pneus e quebras na suspensão, estes dois itens serão os mais exigidos. Um final sinuoso, com piçarra na subida e na descida. O dia termina em Pirenópolis, cidade histórica da época do apogeu do ouro.

26/07 – Pirenópolis (GO)/Caldas Novas (GO)
1ª especial: 88 km, 2ª especial: 70 km
– A primeira especial é a mesma do dia anterior, no sentido inverso.
Na segunda, piso de piçarra, chão batido e vegetação de cerrado fechado. O navegador precisa estar muito atento. A cidade turística de Caldas Novas é a maior estância hidrotermal do mundo, com muitos hotéis, todos com piscinas termais.

27/07 – Caldas Novas (GO)/Diamantina (MG)
1ª especial: 55 km, 2ª especial: 76 km
– Curvas rápidas e chão de piçarra são as principais características
da primeira especial. Neste terceiro dia, o rali entra em Minas Gerais. A última especial do dia tem piso com perdas, como se fosse um lagedo, depois torna-se mais rápida, com chão de piçarra. Diamantina também é uma cidade histórica e bastante agitada por estudantes universitários.

28/07 – Diamantina (MG)/Janaúba (MG)
Especial de 300 km
– O trecho é longo, com todo tipo de piso, incluindo asfalto. Boa parte da prova percorrerá o topo de uma serra, com subidas, descidas e curvas fechadas, além de um trecho de trial, com pedras grandes e vales depois da metade da especial. Janaúba é uma cidade simpática, com acampamento à beira de um rio.

29/07 – Janaúba (MG)/Bom Jesus da Lapa (BA)
Especial de 134 km
– Especial tranqüila, chão duro alternando para piçarra, areia leve e travessia de balsa.

30/07 – Bom Jesus da Lapa/”Cidade X”
1ª especial: 123 km, 2ª especial: 193 km
– A primeira especial é bastante sinuosa e estreita, com 70% de chão de piçarra. Passa no meio do cerrado forte. A segunda tem um trecho com areia leve. A trilha é linda sempre plana, com visual aberto e contraste com a pobreza de moradores locais. Este é o dia da etapa maratona, ou seja, os competidores não podem receber ajuda das equipes de apoio.

31/07 – “Cidade X”/Floriano (PI)
1ª especial: 46 km, 2ª especial: 210 km
– O povo do Maranhão diz que a “Cidade X” é bastante simpática, um banho legal. A primeira especial é pequena, sem grandes dificuldades, com areia leve, erosões e pedras. O trecho mais difícil de todo o rali, mais difícil até do que Jalapão, segundo Rêmulo, está na segunda especial do dia, onde a areia é mais pesada, com passagem em água. Mas a paisagem será a compensação.

01/08 – Floriano (PI)/Crateús (CE)
Especial de 230 km
– Dia de navegação exigente. Especial travada, com trecho de trial, serra sinuosa e com areia. “Será quebradeira total”, avisa Marcos Ermírio.

02/08 – Crateús/Fortaleza (CE)
1ª especial: 87 km, 2ª especial: 12 km
– De Crateús todos seguem direto para Fortaleza. As especiais acontecerão na praia. Aí, é só alegria…

Este texto foi escrito por: Fabia Renata

Last modified: julho 5, 2002

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