O projeto do Louvre em Abu Dhabi, anunciado em 2007, foi inaugurado no último sábado (11) e nasceu de um acordo entre governos: o novo museu pagará 525 milhões de dólares pelo direito de poder usar o nome do Louvre durante 30 anos e seis meses, desembolsando mais 747 milhões pelo empréstimo. Por dez anos receberá cerca de 300 obras de diversos museus franceses, incluindo peças tão icônicas como o célebre Retrato de Mulher (La Belle Ferronière) de Leonardo da Vinci, Napoleão Cruzando os Alpes, de David, um auto-retrato de Van Gogh, O Tocador de Pífaro, de Manet, ou Natureza Morta com Magnólia, de Matisse.
A França se comprometeu ainda em oferecer assistência técnica e colaboração durante 15 anos, no programa de exposições temporárias do novo museu: a primeira abrirá já em dezembro e abordará a história da criação do Museu do Louvre, na Paris do século XVIII.
Desde que começou a ser idealizado, o Louvre Abu Dhabi tem buscado obras para sua coleção permanente, de uma valiosa Virgem com o Menino de Giovanni Bellini, produzida entre 1480 e 1485, passando pela Escada de Jacob de Murillo e por diversas obras de pintores dos anos de 1800, como Ingres ou Manet, até um banco de madeira do decorador e desenhador de mobiliário Pierre Legrain (1889-1929).
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Em sua estrutura, a cúpula dupla de 180 metros de diâmetro apresenta uma geometria horizontal radial e um material têxtil perfurado aleatoriamente, proporcionando sombra pontuada por feixes de sol. Construído a partir de 7.850 estrelas metálicas singulares, a estrutura cria uma “chuva de luz” em movimento sob o sol.
Mas a verdadeira estrela do museu talvez seja o próprio prédio ou, sendo mais preciso, o conjunto de 55 edifícios independentes que Jean Nouvel projetou, uma espécie de cidade rodeada de água (com sua própria marina), coberta por uma cúpula que parece flutuar no ar, mas que na realidade pesa 7.500 toneladas (pouco menos do que a Torre Eiffel) e é composta por oito camadas sobrepostas de estrelas metálicas de diferentes dimensões.
O arquiteto contou ter se inspirado no modo como as folhas das palmeiras filtravam a luz para conceber este teto, que cria no interior o efeito de uma fina “chuva de luz”, contribuindo ainda para fazer baixar consideravelmente a temperatura ambiente sem gastos energéticos.