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Lucas conta as aventuras com os garotos do ABN Amro 2

Redação Webventure/ Vela

De volta ao Brasil  Lucas contou suas aventuras no mar (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)
De volta ao Brasil Lucas contou suas aventuras no mar (foto: Alexandre Koda/ www.webventure.com.br)

O brasileiro a dar a volta ao mundo a bordo do ABN Amro 2, Lucas Brun, comentou no início de julho sobre sua participação na prova. Ele falou sobre a experiência de competir em uma Volvo Ocean Race, sobre o apelido de “garotos” dado a ele e seus companheiros e o que mudou após a prova.

Lucas veleja desde que era criança, começou a competir na classe Optimist e em outros barcos pequenos, mas sempre acompanhava seu pai nas provas oceânicas. Entre seus principais feitos estão a participação no Campeonato Brasileiro na classe 40.7, em 2003; oitavo lugar no Mumm 30 Canadá, em 2004; participação na campanha olímpica de 2004 na classe 470 e participação como proeiro do Team Pegasus 2004.

Aos 23 anos de idade ele começou a regata animado com a oportunidade. Durante as velejadas de treino com os Volvo open 60, antes do início da Volvo Ocean Race, ele comentava sobre as novidades.

“Recentemente tivemos 30 nós de vento real quando estávamos navegando no contra vento e o barco se comportando de forma magnífica! Foi ainda mais divertido no caminho de volta, surfando a 28 nós de velocidade. Uma pena que o vento diminuiu e não pudemos passar a barreira dos 30 nós”, afirmou o brasileiro durante treinos em agosto de 2005.

Após dar a volta ao mundo e bater o recorde de singradura (563 milhas náuticas percorridas em 24 horas) Lucas fala sobre como é estar nessa competição. “Não tem nada que prepare você para isso, você pode achar que está preparado, mas quando chegar lá vai dar tudo errado. É igual perder a virgindade, todo mundo acha que sabe o que está fazendo, mas na hora sai tudo da forma errada. No final fica tudo muito bom”.

Os companheiros do ABN Amro 1 carinhosamente apelidaram os membros do barco 2 de “garotos”. Um apelido que caiu na graça do público e da mídia, que passaram a chamá-los dessa forma até o fim da competição. Mas será que após todas as provações pelas quais eles passaram, já não podem ser chamados de homens?

“Eu não! Eu continuo sendo garoto (risos). Na tripulação ninguém gostava de ser chamado de garotos, mas por mais profissional que a gente seja, somos uma garotada muito animada”, brinca Lucas.

“A nossa equipe sempre foi a que tinha todas as comédias”, afirmou o brasileiro ao se referir ao clima de descontração e aventura a bordo do barco. “Éramos um bando de moleque juntos. Todo mundo adorava ficar junto da garotada, o pessoal (do barco 1) tinha família, trabalho, e a regata para eles era como se fosse um trabalho, já para nós era tudo aventura”, completou.

Porém, na hora em que é preciso ser profissional, seguir os protocolos e conduzir o barco para um bom resultado, os garotos crescem. “Profissionalmente não tem nada de garotos. É aquele velho ditado, agora a gente vai separar as crianças dos homens e essa regata deu uma boa peneirada.”

Gastão Brun Lucas é filho de Gastão Brun, que foi vice-campeão mundial de Pingüim (1961), bicampeão mundial de Soling (1978 e 1981), campeão brasileiro de Star (2004) e fita azul na Rota de Aço (2004), com o barco Forró. Antes da VOR, todos se referiam ao velejador do ABN 2 como “o filho do Gastão”. Porém, a partir de agora já podem se referir a Gastão como “o pai de Lucas”.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Last modified: julho 11, 2006

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